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Pesquisadores da NASA encontram indícios de vida em Marte

Cientistas da NASA anunciaram recentemente a descoberta de evidências químicas e geológicas na superfície de Marte que podem indicar a existência de vida no passado do planeta. Contudo, eles alertam que confirmar essa hipótese só será possível quando as amostras coletadas forem trazidas de volta à Terra, em uma missão futura, que ainda não tem data definida.

As evidências foram encontradas pelo veículo de exploração Perseverance no cráter Jezero, local que, há bilhões de anos, era um grande lago com um sistema de rios. Durante sua pesquisa, o Perseverance analisou formações rochosas conhecidas como Bright Angel, que são compostas por argila e depósitos deixados pela água.

Os pesquisadores identificaram a presença de matéria orgânica, composta por carbono, em diversas amostras. Algumas delas receberam nomes como Cataratas de Chevaya, Templo de Apolo e Pradeiras de Walhalla. Essa matéria orgânica pode ter interagido com minerais nas rochas, resultando em manchas características, com formatos semelhantes a nódulos e outras que lembram pele de leopardo. A NASA considera essas marcas como promissoras na busca por vestígios de vida.

O Perseverance também coletou uma amostra de rocha chamada Cânyon Zafiro, que foi armazenada em uma cápsula a ser deixada na superfície do cráter, esperando a chegada de uma futura missão robótica para recuperá-la e trazê-la de volta à Terra. Os cientistas acreditam que há mais chances de essas evidências serem resultado de atividade biológica do que de processos químicos inertes, embora ainda não possam confirmar nenhuma das hipóteses.

A apresentação da descoberta ocorreu em uma coletiva de imprensa com Sean Duffy, administrador interino da NASA, e Nicky Fox, chefe de ciência da agência. Duffy destacou que as amostras coletadas há um ano podem representar “o rastro de vida mais claro que já vimos em Marte”. Ele mencionou ainda que a missão Perseverance foi planejada antes da sua administração, ressaltando a importância da recuperação dessas amostras para futuras explorações.

Nicky Fox acrescentou que as rochas mostram características que poderiam ser vestígios deixados por formas de vida primitiva. Embora ainda não sejam comprovações diretas de vida, as evidências levantam questões sobre as condições que poderiam ter permitido a existência de vida no passado.

Pesquisadores afirmam que o retorno das amostras a laboratórios na Terra é crucial, já que os instrumentos disponíveis no Perseverance são limitados em comparação com os que poderiam ser utilizados por aqui. Eles sugerem que novas investigações, tanto em Marte quanto em laboratórios na Terra, sejam realizadas para entender melhor os processos que levaram à formação das rochas analisadas.

Desde que pousou em Marte em 2021, o Perseverance tem buscado sedimentos e rochas no cráter Jezero em busca de sinais de vida passada. Até agora, o rover coletou 30 amostras e ainda possui espaço para mais seis.

Contudo, a grande questão agora gira em torno da capacidade dos Estados Unidos de recuperar essas amostras antes da China, que também planeja lançar sua própria missão a Marte em breve. A missão de devolução de amostras foi planejada para a próxima década, mas as incertezas políticas podem atrasar a iniciativa.

Apesar das dificuldades e desafios, os cientistas permanecem otimistas em relação à importância das descobertas feitas, reforçando a necessidade de continuar a pesquisa sobre a possibilidade de vida em Marte.

Editorial Noroeste

Conteúdo elaborado pela equipe do Folha do Noroeste, portal dedicado a trazer notícias e análises abrangentes do Noroeste brasileiro.

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