Qatar cobra resposta favorável do Hamas a proposta de cessar-fogo

O primeiro-ministro do Catar, Sheikh Mohammed bin Abdulrahman bin Jassim Al-Thani, se reuniu com Khalil Al-Hayya, o principal negociador do Hamas, em Doha para discutir uma nova proposta de cessar-fogo apresentada pelos Estados Unidos. Durante a conversa, o Catar pressionou o Hamas a “responder positivamente” a essa proposta.
O Hamas confirmou ter recebido a proposta dos EUA, que inclui várias ideias para alcançar um cessar-fogo abrangente, e Israel indicou que está considerando seriamente a oferta. Dentre as condições discutidas, um oficial israelense revelou que a proposta prevê a liberação de todos os 48 reféns no primeiro dia do cessar-fogo. Em troca, Israel liberaria “milhares” de prisioneiros palestinos.
A proposta sugere que Israel e Hamas comecem negociações instantâneas para encerrar o conflito e que os combates não sejam retomados enquanto as conversas estiverem em andamento. O presidente dos EUA, Donald Trump, seria responsável por garantir que o cessar-fogo se mantenha durante as negociações. Os próximos dias são considerados essenciais para avançar nessa proposta.
A reação à proposta na comunidade de famílias dos reféns foi positiva. O Fórum dos Familiares de Reféns e Desaparecidos expressou apoio à iniciativa dos EUA, chamando-a de um “verdadeiro avanço”. O fórum pediu ao governo de Israel que apoie publicamente o acordo emergente e forneça ao presidente Trump total respaldo até que todos os reféns sejam liberados, ressaltando a necessidade de tratamento adequado para os sobreviventes e de enterro digno para os falecidos.
Nas últimas semanas, o Primeiro-Ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, não havia respondido a uma proposta de cessar-fogo apresentada pelo Catar e pelo Egito, que o Hamas já aceitara. Essa proposta original também previa um cessar-fogo de 60 dias em troca da liberação de 10 reféns vivos e 18 falecidos, além da soltura de alguns prisioneiros palestinos.
Após meses afirmando que Israel aceitaria apenas um acordo parcial que permitisse a continuidade da guerra, Netanyahu mudou seu tom e exigiu um acordo abrangente que satisfizesse todas as suas exigências.
O Hamas, por sua vez, busca um entendimento que encerre completamente a guerra em troca da libertação dos reféns. Um membro do bureau político do Hamas, Basem Naim, criticou a mais recente iniciativa dos EUA, alegando que ela visa garantir o “não” do Hamas ao acordo em vez de acabar com o conflito. Ele afirmou que o que se exige é uma “paz humilhante” ou a continuidade da guerra, destacando que o movimento está interessado em um acordo, mas não aceitará um documento de rendição humilhante.