A felicidade é um tema que sempre gera interesse. Cientificamente, ela pode nos ajudar a ter mais chances de procriar, sobreviver e nos sentir bem. Esse bem-estar traz a vontade de repetir a experiência. A nossa busca por coisas que trazem felicidade também aumenta as chances de transmitir nossos genes. Robert Wright, um psicólogo americano, explica que a felicidade não foi criada apenas para nosso conforto psicológico, mas sim para ajudar nossos genes a sobreviverem a longo prazo.
Quando estamos em busca da felicidade, ficamos ativos. Essa sensação nos dá força para estudar, trabalhar, fazer amigos, construir relacionamentos e até ter filhos. A felicidade nos faz acreditar que essas coisas são importantes e dá impulso para conquistá-las. Porém, sempre que alcançamos uma vitória, surge uma nova necessidade. Estamos sempre atrás de algo que ainda não temos. Mesmo numa felicidade passageira, logo sentimos que nos falta algo.
As redes sociais têm influenciado muito nessa busca por felicidade. Ao ver fotos de pessoas “felizes” online, muitas vezes comparamos nossas vidas e sentimos que não estamos satisfeitos. Além disso, muitos influenciadores criam a ideia de que ser feliz é uma obrigação. Isso gera um estigma sobre a tristeza, levando as pessoas a disfarçar seus próprios sentimentos. Dessa forma, a felicidade pode se tornar um peso, contribuindo para a ansiedade.
Os Três Pilares da Felicidade
A busca por felicidade é complexa e, por isso, alguns especialistas fazem análises. O psicólogo Martin Seligman, da Universidade da Pensilvânia, identifica três pilares essenciais: prazer, engajamento e significado.
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1. Felicidade e Prazer
O prazer é uma emoção fácil de identificar. Ele pode surgir quando dançamos, ouvimos uma boa música, nos divertimos com amigos, saboreamos uma comida deliciosa ou temos momentos íntimos. Esses momentos geram felicidade e são importantes para nosso bem-estar.
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2. Felicidade e Engajamento
O engajamento envolve se sentir totalmente absorvido em atividades que fazemos. Quando alguém está engajado, se entrega ao que faz, seja no trabalho ou em relações pessoais. Entretanto, o excesso de engajamento pode fazer com que a pessoa ignore outras áreas da vida que também trazem prazer. O ideal é se dedicar ao que se ama, mas sem deixar outras coisas para trás.
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3. Felicidade e Significado
O significado é frequentemente encontrado em crenças, como a religião. Muitas pessoas religiosas se sentem mais felizes e têm menos problemas emocionais do que aquelas que não têm fé. Contudo, não precisamos de religião para encontrar significado na vida. Ajudar os outros, por exemplo, pode trazer essa sensação, seja ajudando uma criança com suas tarefas ou fazendo uma boa ação.
Por fim, um ponto é claro: ter amigos ao nosso lado faz toda a diferença. Os amigos colaboram para atingirmos os três pilares: prazer, engajamento e significado.
A Importância da Infelicidade
Surpreendentemente, a infelicidade também tem seu valor. A felicidade é momentânea, e isso é fundamental. Quando estamos felizes, muitas vezes não sentimos a necessidade de mudar nada. Se fôssemos felizes o tempo todo, poderíamos ficar estagnados. Um pouco de insatisfação é normal e até saudável, pois nos motiva a seguir em frente.
Muitas pessoas acreditam que a vida deve ser apenas de alegrias, sem espaço para tristezas ou desafios. Algumas buscam essa incessante felicidade através de remédios ou outras substâncias. No entanto, perceber que momentos ruins são parte da vida pode ser libertador. O Dalai Lama ensina que, em tempos difíceis, é melhor respirar fundo e buscar entender a razão das dificuldades. Ou seja, os momentos ruins nos preparam para a busca pessoal pela felicidade.
A Singularidade de Cada Pessoa
Não existe uma receita única para ser feliz que funcione para todo mundo. Essa é uma das razões pelas quais muitos livros de autoajuda falham. Cada pessoa é única e reage de modo diferente às situações da vida. Hoje, muitos tentam manter um nível constante de felicidade, mesmo que eventos marcantes não alterem isso.
Pesquisas com ganhadores de loteria mostram que eles experimentam uma onda de felicidade após o prêmio, mas em alguns meses voltam ao seu nível normal de bem-estar. O mesmo ocorre com pessoas que passam por traumas, como aqueles que se tornam paraplégicos. Depois de um período de adaptação, elas tendem a retornar a níveis de felicidade similares ao que tinham antes do acidente.
Podemos ver a felicidade como nosso peso. Cada um tem um biotipo e uma tendência natural a ter um certo peso. Nossos hábitos influenciam isso, e com a felicidade, a lógica é parecida. Temos uma tendência a um nível de felicidade, mas cuidar dessa “dieta emocional” pode ajudar a melhorar isso.
Ao refletir sobre a busca pela felicidade, lembre-se de que cada um tem sua própria jornada e que os altos e baixos são partes essenciais dessa caminhada.
