O governo argentino enfrenta um momento desafiador, com análises indicando que a situação atual é mais complicada do que se previa há dois meses. Segundo o analista político Marcos Novaro, a estratégia adotada pelo governo, que envolve a polarização política com o kirchnerismo, continua eficaz. A polarização refere-se à divisão entre o movimento peronista, liderado pela ex-presidente Cristina Kirchner, e o governo atual.
Atualmente, o partido do governo, A Liberdade Avança, ocupa apenas 12 dos 92 assentos no Legislativo provincial. Isso significa que, mesmo se perder a eleição, há a possibilidade de aumentar sua representação. No entanto, Novaro adverte que uma derrota por mais de cinco pontos percentuais pode provocar reações negativas nos mercados, especialmente em relação à cotação do dólar, tornando a situação econômica ainda mais tensa até as eleições de outubro.
O candidato presidencial Javier Milei, que pertence ao partido A Liberdade Avança, está mirando em sua vitória ao destacar a redução da inflação, que caiu de 87% nos primeiros sete meses de 2024 para 17,3% no mesmo período deste ano. Além disso, ele continua a enfatizar a polarização com o kirchnerismo, que atualmente enfrenta uma crise de imagem, já que Cristina Kirchner está em prisão domiciliar por corrupção.
As pesquisas eleitorais indicam um cenário suscetível, com uma leve vantagem para o peronismo. Também há preocupações sobre uma possível alta taxa de abstenção nas eleições. Esse fator é reforçado por relatos de eleitores desiludidos. Um exemplo é Paula, de 56 anos, que foi vista tomando sorvete em La Plata. Ela optou por não votar desta vez, afirmando que se sente enganada.
Esse conjunto de fatores revela um clima de incerteza política e econômica na Argentina, com implicações importantes para o futuro das próximas eleições e para a administração atual do governo.
