Animal extinto há 20 anos é reencontrado na natureza

A ararinha-azul, uma ave nativa da Bahia, voltou a voar nos céus da Caatinga, depois de 22 anos de ausência na natureza. Em 2022, 52 dessas aves foram reintroduzidas em Curaçá, um município localizado no sertão baiano. Este evento é um marco importante para as iniciativas de conservação que buscam proteger a biodiversidade desse bioma.
A extinção da ararinha-azul na natureza foi provocada principalmente pelo tráfico ilegal de animais e pela destruição de seu habitat natural. Em um esforço conjunto, o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade e a ONG alemã ACTP trabalharam na captura e realocação de mais de cem aves que estavam em manos de colecionadores ao redor do mundo. Desde 2020, 52 dessas ararinhas foram trazidas de volta ao Brasil, onde passaram por um treinamento especial para se adaptarem novamente ao ambiente selvagem.
Antes de serem soltas na natureza, as ararinhas ficaram em um criadouro no Vale de Curaçá, onde passaram por um rigoroso processo de adaptação. Durante esse período, elas aprenderam a se alimentar corretamente e a se proteger de predadores, com a ajuda de maracanãs, aves de características semelhantes. Para garantir ainda mais segurança, as ararinhas foram equipadas com radiotransmissores, permitindo que os responsáveis pelo projeto monitorem seu comportamento e adaptação à nova morada.
Apesar do progresso, os desafios para a conservação da ararinha-azul ainda são muitos. O sucesso da reintrodução depende de esforços contínuos para combater o tráfico de espécies silvestres e promover a proteção da área onde as aves foram soltas. A participação das comunidades locais é fundamental. Recentemente, duas unidades de conservação foram criadas em Curaçá, com apoio da população, que contribuiu doando terrenos para a criação de refúgios especialmente destinados à ararinha-azul. Essa colaboração é essencial para garantir que a espécie encontre segurança e possa prosperar novamente em seu habitat natural.