Gaby Amarantos apresenta álbum para amenizar síndrome de vira-lata

Em meio à atenção voltada para Belém devido à COP 30, a artista local Gaby Amarantos lança um projeto inovador chamado Rock Doido. Este trabalho é um álbum e um filme com duração de 21 minutos que busca retratar a vida na periferia da capital paraense. O curta-metragem é uma celebração da cultura nordestina, com elementos de festas de aparelhagem, sincretismo religioso, carretas e drag queens. Gaby destaca que a cultura de Belém é uma referência para diferentes tendências musicais que estão em alta atualmente.
Gaby menciona que o brega, que por muitos anos foi visto como algo marginalizado, agora ganha cada vez mais reconhecimento. Em parceria com a comunidade local, o projeto Rock Doido envolveu cerca de 250 pessoas, incluindo artistas como Viviane Batidão, Lauana Prado, Gang do Eletro e MC Dourado, que fazem contribuições nas músicas do álbum. Esse esforço coletivo mostra como a região pode se unir em torno de um objetivo comum: promover a cultura do Norte.
Durante uma entrevista, Gaby descreveu seus objetivos com o projeto. Ela quer destacar o Brasil periférico, criativo e inovador, que merece reconhecimento além de Rock Doido. A artista enfatiza que a Amazônia não deve ser vista como um local distante, mas sim como um lugar vibrante e cheio de potencial. Ela afirma que as experiências vividas na região precisam ser valorizadas e reconhecidas, colocando a cidade de Belém no radar cultural do Brasil.
Gaby também discutiu as críticas recentes sobre os altos preços de hotéis em Belém devido à COP 30. Ela acredita que a Amazônia deve ser o centro das atenções, e que é importante descentralizar as discussões culturais do Sudeste. A artista citou que o Brasil não deve ver a Amazônia como um lugar marginal, e fez um apelo para que todo o país apoie e torça pela região.
A ideia para o Rock Doido surgiu enquanto Gaby estava na Florentina, uma casa de shows em Belém, onde percebeu potencial para um novo projeto. Desde 2012, ela já sonhava em criar algo assim, mas as limitações tecnológicas da época impediram sua realização. O filme foi gravado com celulares, mostrando como a tecnologia evoluiu e se tornou acessível para produções independentes.
O local escolhido para as gravações é um ponto cultural vibrante, onde diversas expressões artísticas se encontram. Gaby mencionou que a participação da comunidade foi fundamental, e todos queriam fazer parte desse projeto audiovisual, transformando-o em um documento representativo.
Além disso, a artista se deparou com a polêmica sobre qual cidade é a verdadeira capital do brega. Gaby acredita que tanto Belém quanto Recife merecem o título, já que cada uma tem suas características únicas. Para ela, o brega é uma força criativa que se expressa em diferentes estilos de música e deve ser celebrado, unindo todos em prol dessa cultura.
Neste momento da sua carreira, Gaby se sente mais madura emocional e artisticamente. Ela vê o Rock Doido como uma colheita de frutos, uma realização que representa um legado cultural. Gaby está focada em promover o álbum e a turnê, e se sente satisfeita com o impacto que o projeto pode ter. O Rock Doido é um reflexo de sua jornada artística e da força coletiva da comunidade, mostrando que Belém é um epicentro de criatividade e inovação cultural.