A Nestlé anunciou a demissão de Laurent Freixe do cargo de CEO após uma investigação interna que revelou um relacionamento amoroso secreto com uma subordinada. Freixe estava na empresa há mais de 40 anos e a companhia alegou que ele violou seu código de conduta.
Freixe não se manifestou imediatamente após a demissão. O presidente da Nestlé, Paul Bulcke, afirmou que a decisão foi necessária para manter os valores e a governança da empresa. Bulcke também agradeceu a Freixe pelos anos de serviço.
No mesmo dia, a Nestlé apresentou Philipp Navratil como o novo CEO. Navratil começou sua carreira na empresa como auditor em 2001 e, ao longo dos anos, teve funções de liderança na América Latina e na administração do portfólio global de café, incluindo a Nespresso. Ele se juntou ao conselho executivo recentemente, no início deste ano.
A demissão de Freixe ocorre apenas um ano após ele ter assumido o cargo de diretor executivo, sucedendo Mark Schneider. No ano passado, a Nestlé registrou um lucro líquido de 10,9 bilhões de francos suíços, que equivale a cerca de R$ 74,18 bilhões.
A Nestlé possui um vasto portfólio com mais de 2.000 marcas, abrangendo categorias como café, doces e produtos para pets. Freixe estava se esforçando para reposicionar a empresa em torno de suas marcas principais e tentava restaurar uma cultura corporativa que, segundo ele, havia se deteriorado sob a liderança de Schneider. Sua trajetória na empresa inclui experiências em diversos países, como Hungria, Espanha e América Latina.
Jean-Philippe Bertschy, analista do banco suíço Vontobel, comentou que a mudança na liderança da Nestlé acontece em um momento delicado, considerando que a empresa tem enfrentado uma série de notícias negativas. Ele destacou a nomeação de Navratil como uma escolha promissora, dada sua experiência e histórico positivo, especialmente em um período em que a confiança dos investidores tem sido desafiada.
Recentemente, a Nestlé também enfrentou dificuldades relacionadas às vendas lentas em seus produtos principais. Além disso, havia uma investigação em curso na França após autoridades terem revistado os escritórios da empresa em julho, como parte de um inquérito sobre o suposto uso de métodos de filtragem não autorizados na água mineral Perrier.
