Raizen e suas coincidências entre usinas e a África

A situação da empresa Raízen, conhecida por sua atuação no setor de energia e biocombustíveis, tem gerado preocupação no mercado. Recentemente, suas ações caíram para R$ 1,00, refletindo um clima de desconfiança em relação à companhia. Apesar dessa dificuldade, a empresa programou uma viagem para a Cidade do Cabo, na África do Sul, entre os dias 28 de agosto e 2 de setembro. A viagem tem como objetivo premiar diretores e revendedores que alcançaram metas no varejo.
Esse contraste entre os problemas financeiros que a empresa enfrenta e a festa planejada para celebrar as conquistas é marcante. Enquanto muitos trabalhadores estão enfrentando demissões em massa em uma das usinas da empresa, no evento na África do Sul haverá celebração com banquetes e safras de safári. Essa discrepância preocupa, pois ajuda a criar uma imagem de incoerência na gestão.
O local escolhido para a comemoração, a Cidade do Cabo, traz à mente momentos históricos de desafios e tormentas enfrentados pelos navegadores do passado. A Raízen, semelhante aos navegadores, está lidando com suas próprias “tempestades”, como as ações congeladas em R$ 1,00, dívidas significativas e um mercado que demonstra desconfiança.
A realização de festejos em meio a dificuldades financeiras levanta questões sobre a credibilidade da gestão da companhia. O mercado não se baseia apenas em números, mas também nas percepções sobre a confiança na empresa. Enquanto a ação é vista a R$ 1,00, isso significa, na prática, que a confiança na Raízen está em baixa. Essa confiança é construída através de ações coerentes entre o que a empresa diz e o que realmente faz.
A festa planejada pode ser vista como inapropriada, especialmente quando muitos funcionários estão passando por dificuldades. É importante lembrar que a confiança no ambiente empresarial é fundamental e deve ser cultivada em todos os aspectos da gestão da companhia.