Taxa de juros permanecerá alta por tempo prolongado, afirma Galípolo

O presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, afirmou em São Paulo que a taxa básica de juros (Selic) deve permanecer alta por um tempo prolongado. Atualmente, a Selic está em 15% ao ano.
Durante o 33º Congresso e Expo Fenabrave, Galípolo destacou que uma das principais atribuições do Banco Central é garantir que a inflação esteja sempre dentro da meta estabelecida. No entanto, ele reconheceu que esse trabalho está sendo mais lento do que o esperado, o que justifica a manutenção de uma política de juros restritiva.
Ele mencionou que o país não cumpriu a meta de inflação em duas ocasiões, uma no final de 2024 e outra em meados de 2025, e que as expectativas de mercado indicam que a convergência para a meta está ocorrendo de maneira lenta. Por isso, é necessária uma abordagem cautelosa em relação à taxa de juros.
A meta de inflação estipulada pelo Comitê de Política Monetária (Copom) é de 3%, podendo variar 1,5% para cima ou para baixo. Galípolo explicou que a Selic representa a valorização do dinheiro ao longo do tempo, enquanto a inflação representa a perda de valor do dinheiro. Isso significa que, quando a inflação sobe, a taxa de juros deve ser ajustada para se manter restritiva o suficiente e ajudar a controlar a inflação.
Além disso, Galípolo também falou sobre o crescimento da economia brasileira, ressaltando que, apesar da alta taxa de juros, o país continua a apresentar bons resultados. Uma das explicações para esse fenômeno é o aumento da renda, que, segundo ele, está sendo impulsionada por uma política tributária mais justa e programas de distribuição de renda.
Ele mencionou que o Brasil está enfrentando um dos menores níveis de desemprego da sua história, com taxas de 5,8% e 5,7%. Essa queda no desemprego, aliada ao aumento da renda do trabalhador, pode estar contribuindo para um aumento no consumo e na atividade econômica, mesmo em um cenário de juros altos.