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Acolher emoções é fundamental, diz especialista sobre luto de Preta Gil

A morte da cantora e atriz Preta Gil, aos 50 anos, vítima de um câncer no intestino, causou uma forte comoção entre seus fãs e admiradores. Segundo Juliana Dantas, jornalista especializada em luto e cuidados paliativos, esse luto coletivo reflete a identificação e o afeto que muitos sentem por Preta Gil, que sempre foi aberta sobre sua vida e seus desafios.

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Em uma entrevista, Dantas enfatizou a importância de permitir que as pessoas expressem seus sentimentos. “Para cada pessoa, a dor é diferente. É essencial que a sociedade ofereça um espaço para que todos possam falar e dar nome a suas emoções”, afirmou. A relação do público com Preta Gil, segundo ela, se fortaleceu por conta da transparência e autenticidade que a artista demonstrou em suas redes sociais e entrevistas. “Subestimar esse tipo de luto é um erro. A Preta esteve presente na nossa vida de maneira tão verdadeira, que nos sentimos próximos dela”, acrescentou.

Dantas também destacou que a morte de Preta Gil pode relembrar pacientes e familiares de doenças graves sobre suas próprias experiências, trazendo à tona medos e ansiedades. “Mesmo com todos os seus recursos, enfrentar o câncer não foi fácil para ela. As emoções que surgem nesse contexto são complexas, envolvendo angústia e esperança”, comentou.

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Sobre o câncer, Dantas criticou a ideia de compará-lo a uma batalha. “Defender que alguém ‘perdeu a luta’ contra a doença é problemático, pois isso implica uma visão injusta. Preta Gil não perdeu; ela teve uma vida significativa e enfrentou outras lutas, como racismo e homofobia”, ressaltou.

Em relação aos cuidados paliativos, Dantas explicou que eles devem ser oferecidos desde o diagnóstico de doenças graves, colocando o paciente no centro do cuidado. “Devemos considerar a pessoa além da doença, saber quem ela é”, disse. Ela observou que, embora o Sistema Único de Saúde (SUS) ofereça cuidados paliativos, esses serviços ainda são limitados e insuficientes. “Apenas cerca de 10% das equipes necessárias estão disponíveis, e a situação não melhorou apesar das promessas de expansão”, lamentou.

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A especialista também enfatizou que os cuidados paliativos não são um sinal de desistência, mas um direito do paciente e da família, oferecendo suporte em momentos difíceis. Juliana Dantas utiliza suas redes sociais para compartilhar informações sobre luto e cuidados paliativos, buscando desmistificar e normalizar essas conversas, que costumam ser delicadas.

Por fim, o programa “Conexão” transmite edições diárias que abordam temas relevantes, incluindo questões de saúde e sociedade, em uma rádio que pode ser ouvida em todo o Brasil.

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Editorial Noroeste

Conteúdo elaborado pela equipe do Folha do Noroeste, portal dedicado a trazer notícias e análises abrangentes do Noroeste brasileiro.

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