Crítica do filme de James Gunn

Superman: Um Novo Capítulo no Universo DC
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O filme “Superman”, dirigido por James Gunn, apresenta um universo tão fascinante quanto desafiador. Logo no início, somos informados de que, há 300 anos, surgiram seres com superpoderes conhecidos como meta-humanos. A trama se concentra em acontecimentos mais próximos, como a queda de uma nave de Krypton na fazenda dos Kents há 30 anos, e a apresentação do Homem de Aço, agora um adulto, há três anos. Recentemente, porém, ele enfrentou sua primeira derrota.
Nos primeiros 30 minutos, o filme mergulha rapidamente na ação, mesmo para quem não conhecia os eventos anteriores. A proposta de Gunn é clara: ele quer que o público já esteja familiarizado com a figura do Superman e não se preocupe em repetir histórias de origem. O objetivo é integrar o espectador ao novo universo da DCU desde o início.
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Esta abordagem audaciosa traz riscos, pois o filme não apenas precisa apresentar o herói, mas também estabelecer um novo caminho para o universo cinematográfico da DC. Apesar das dificuldades, a narrativa se destaca ao ser menos convencional e mais direta. Pode ser desafiador para os espectadores menos familiarizados com o gênero, mas aqueles que acompanham histórias em quadrinhos por anos encontrarão nessa versão uma experiência eletrizante.
Na trama, Superman, interpretado por David Corenswet, recentemente impediu uma invasão em Borávia, aliada dos Estados Unidos, por Jahanpur. Essa ação gerou questionamentos entre os cidadãos sobre as decisões do herói. É nesse cenário que Lex Luthor, vivido por Nicholas Hoult, tenta desestabilizar tanto a reputação quanto a vida do Homem de Aço.
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Embora Luthor se oponha abertamente ao Superman, Lois Lane, interpretada por Rachel Brosnahan, também começa a duvidar das ações do herói. A dinâmica entre eles é explorada numa entrevista que, além de mostrar os conflitos do casal, revela a faceta mais humana de Superman. Corenswet traz um Clark que, apesar de suas habilidades sobre-humanas, exibe vulnerabilidades e dilemas que o tornam relacionável, enquanto Brosnahan se destaca como uma parceira forte.
Lex Luthor é representado como um vilão que se vê como o ponto máximo da humanidade, mas com uma fragilidade emocional que o torna intrigante. A interpretação de Hoult faz com que a revelação da verdadeira motivação de Lex seja impactante, tornando-o uma das melhores versões do personagem até agora.
Gunn também introduz outra questão relevante: o número crescente de meta-humanos na Terra, uma referência ao atual panorama de super-heróis no cinema. O filme apresenta alguns coadjuvantes, como o Sr. Incrível e a Mulher-Gavião, que têm tempo limitado de tela. Apesar de algumas preocupações sobre a quantidade de personagens, cada um tem seu espaço para brilhar, ainda que em menor escala.
No entanto, o filme enfrenta dificuldades, especialmente no segundo ato, onde múltiplas tramas podem dispersar a atenção do público. Mesmo assim, como em outras obras de Gunn, o filme se recupera no final, entregando sequências de ação emocionantes e confrontos dramáticos que unem as diversas histórias.
A principal mensagem de “Superman” é a humanização do herói. Diferente das versões passadas, que o apresentavam de forma mais romantizada ou messiânica, a narrativa de Gunn coloca Clark Kent como uma pessoa com medos, paixões e aspirações, refletindo um ser que, apesar de seus poderes, anseia por pertencer e não estar sozinho.
Esse olhar sobre o personagem, aliado à capacidade do filme de misturar elementos de fantasia e ficção científica dos quadrinhos, representa o início de uma nova era para os filmes de super-heróis. Enquanto não se sabe se essa mudança será suficiente para restabelecer o Superman no centro da cultura pop ou competir com estúdios rivais, “Superman” já se destaca por ser uma produção envolvente, marcante e, acima de tudo, humana.
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