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Por que o número da Polícia é 190? Existe um bom motivo para isso

Em um momento de pânico, desespero ou perigo iminente, três números surgem quase que por instinto na mente de todo brasileiro: um, nove, zero. Discar 190 para a Polícia Militar é um ato tão automático, tão enraizado em nossa cultura, que mal paramos para pensar. Por que esse número? Por que não 123 ou 911, como nos filmes americanos?

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A verdade chocante é que a escolha do 190 não foi aleatória. Pelo contrário, ela esconde um “código secreto”, uma lógica brilhante e estratégica que foi pensada para ser fácil, rápida e, principalmente, universal em um país que, até então, era um caos de comunicação em emergências.

Prepare-se para uma viagem no tempo, para uma era pré-190, e para decodificar o significado oculto por trás de cada um desses três dígitos. A história por trás do número que virou sinônimo de socorro é muito mais fascinante do que você jamais imaginou.

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A era do caos: a vida antes do 190

Pode parecer inacreditável, mas até o final da década de 1970, chamar a polícia no Brasil era uma verdadeira saga. Não existia um número nacional. Cada estado, e às vezes cada cidade, tinha um número de telefone diferente para a polícia.

Eram números longos, difíceis de memorizar e, o pior de tudo, a ligação não era gratuita. Se você estivesse sem crédito ou em um orelhão sem ficha, não conseguiria pedir socorro.

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Foi em São Paulo que a revolução começou. Em uma parceria pioneira entre a Polícia Militar e a antiga companhia telefônica, a Telesp, o Brasil deu à luz o seu primeiro serviço de emergência padronizado e gratuito, estabelecendo um modelo que seria copiado em todo o território nacional.

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Decodificando o 190: o significado de cada dígito

A escolha do 190 não foi um sorteio. Cada número foi pensado estrategicamente para ser fácil de lembrar e rápido de discar nos antigos telefones de disco.

  • O dígito ‘1’: O prefixo dos serviços. O número 1 já era, por padrão, o prefixo para todos os serviços de utilidade pública. Era o número que iniciava o acesso a serviços como o antigo 102 (auxílio à lista). Usá-lo como primeiro dígito era uma forma de manter um padrão que as pessoas já conheciam.
  • O dígito ‘9’: O sinal de urgência. O número 9 foi escolhido para ser o “diferencial de emergência”. Ele sinalizava para a central telefônica que aquela não era uma chamada comum, mas sim uma ligação de caráter urgente, que precisava de prioridade. Era o dígito que “furava a fila”.
  • O dígito ‘0’: O início de uma nova era. O zero foi adicionado para completar a sequência de três dígitos, que era o padrão para serviços especiais, e para marcar, simbolicamente, o início de uma nova fase na segurança pública do país. Era o primeiro código de emergência verdadeiramente nacional.

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O legado do 190: a família dos números de emergência

O sucesso estrondoso e a eficácia do 190 foram tão grandes que ele serviu de modelo para a criação de todos os outros números de emergência que conhecemos e confiamos hoje. A lógica de três dígitos iniciados por ’19’ foi replicada para criar uma família de socorro.

  • 191: Polícia Rodoviária Federal
  • 192: SAMU (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência)
  • 193: Corpo de Bombeiros
  • 197: Polícia Civil
  • **1

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Rodrigo Campos

Jornalista, pós-graduado em Comunicação e Semiótica, graduando em Letras. Já atuou como repórter, apresentador, editor e âncora em vários veículos de comunicação, além de trabalhar como redator e editor de conteúdo Web.

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