NotíciasAutomotivo

Por que é preciso ter medo de abastecer seu carro em julho? Cuidado!

A partir de hoje, e durante todo o mês de julho, abastecer o carro no Brasil se tornou uma roleta-russa. O “xerife” que garantia a qualidade do combustível que você coloca no seu tanque, a Agência Nacional do Petróleo (ANP), acaba de ser suspenso.

CONTINUA APÓS A PUBLICIDADE

Sim, você leu certo. O governo suspendeu o programa de fiscalização, deixando o caminho livre para que postos de má-fé transformem a gasolina, o etanol e o diesel em veneno para o seu motor.

A decisão, justificada por cortes orçamentários, é um perigo sem precedentes para o consumidor. Na prática, significa que durante 31 dias, a chance de você abastecer com combustível “batizado” — adulterado com solventes, excesso de etanol ou outras porcarias — dispara a níveis alarmantes.

CONTINUA APÓS A PUBLICIDADE

O prejuízo pode ser catastrófico, indo de uma simples perda de potência a danos que podem custar milhares de reais e até fundir o motor do seu carro.

Mas como se proteger nesse cenário de “terra de ninguém”? Como identificar se o seu carro foi envenenado e o que fazer para minimizar o estrago?

CONTINUA APÓS A PUBLICIDADE

Preparamos um guia de sobrevivência para você atravessar o mês de julho sem cair em uma cilada e transformar o seu veículo em sucata.

Por que o xerife foi tirado das ruas?

A suspensão do Programa de Monitoramento da Qualidade dos Combustíveis (PMQC) não foi por acaso. A ANP, responsável por coletar e analisar amostras de combustível em todo o país, sofreu um corte brutal em seu orçamento. Segundo a agência, a verba para suas despesas caiu 82% nos últimos anos.

O bloqueio mais recente, de R$ 27,7 milhões, tornou a fiscalização em julho simplesmente inviável. Sem o PMQC, a principal ferramenta para pegar postos fraudulentos em flagrante está, temporariamente, desativada.

Veja mais: O carro barato que te faz CHORAR na oficina

Os sinais de que seu carro foi envenenado

Seu carro fala. E quando ele é abastecido com combustível adulterado, ele grita por socorro. Fique atento aos primeiros sintomas, que podem aparecer minutos após sair do posto.

  • Perda de potência e falhas na aceleração: O carro parece mais fraco, “engasga” ou hesita quando você pisa no acelerador.
  • Dificuldade para ligar: Especialmente pela manhã, o motor gira mas custa a pegar.
  • Marcha lenta irregular: Com o carro parado, a rotação do motor fica oscilando, subindo e descendo sem motivo.
  • Aumento absurdo no consumo: Seu carro começa a beber muito mais do que o normal para fazer o mesmo trajeto.
  • Luz da injeção acesa no painel: É o sinal mais claro de que algo está muito errado com a queima do combustível.

Se você notar um ou mais desses sinais logo após abastecer, a chance de ter sido vítima de uma fraude é altíssima.

Veja mais: Seu carro ‘esconde’ uma fortuna em peças velhas

Guia de sobrevivência: como se proteger em julho

Neste mês de faroeste nos postos, a prevenção é sua maior arma. Siga estas regras de ouro para não ser a próxima vítima.

  1. Abasteça apenas em postos de extrema confiança: Não é hora de experimentar. Vá naquele posto que você já conhece e nunca teve problemas. Postos de bandeiras conhecidas (grandes redes) costumam ter um controle de qualidade interno mais rigoroso.
  2. Desconfie de preços milagrosos: Gasolina muito mais barata que a média da sua região é o principal sinal de alerta. Ninguém faz milagre. O barato, neste caso, pode sair absurdamente caro.
  3. Guarde a nota fiscal: Sempre peça e guarde o cupom fiscal. Ele é a sua prova caso precise fazer uma denúncia ou entrar com uma ação na justiça.
  4. Sentiu algo errado? Pare imediatamente: Se o carro apresentar os sintomas de adulteração, não continue rodando. Leve-o o quanto antes a um mecânico de confiança. Insistir em usar o combustível “batizado” pode causar danos permanentes ao motor, bomba de combustível e bicos injetores.
  5. Denuncie! Se você foi vítima, denuncie o posto ao Procon da sua cidade e à ouvidoria da própria ANP. Sua denúncia pode salvar outros motoristas.

CONTINUA APÓS A PUBLICIDADE

Rodrigo Campos

Jornalista, pós-graduado em Comunicação e Semiótica, graduando em Letras. Já atuou como repórter, apresentador, editor e âncora em vários veículos de comunicação, além de trabalhar como redator e editor de conteúdo Web.

Artigos relacionados

Botão Voltar ao topo