Cinema Negro em Ação chega à sexta edição no Brasil

A sexta edição do Festival Cinema Negro em Ação chegou ao fim na noite de sábado (1º) na Casa de Cultura Mario Quintana, em Porto Alegre, com um evento marcante e recheado de emoção. O homenageado desta edição foi o artista Tony Tornado, que aos 95 anos continua a ser uma importante referência na cena cultural, especialmente na música black e soul.
Durante a cerimônia de encerramento, Tornado fez a plateia vibrar ao interpretar clássicos como “Sou negro”, acompanhado por um público entusiasmado que cantou junto. O Centro Histórico da cidade se transformou em um espaço de celebração, repleto de representantes do cinema e da música locais. Essa interação do público e artistas recriou a atmosfera vibrante do estilo Harlem.
Um dos momentos mais emocionantes da noite foi a apresentação da canção “Me libertei”, onde Tornado compartilhou uma mensagem de liberdade e resistência. As palavras de sua música, que falam sobre seguir em frente apesar das dificuldades, ressoaram entre os presentes, que cantaram com fervor em um dos mais importantes prédios da cidade.
Tornado também rememorou sua trajetória e as barreiras enfrentadas, como a ditadura e a falta de representação no setor audiovisual. Ele destacou seu papel em novelas como “Roque Santeiro”, onde era o único ator negro em um elenco de 146. Tornado expressou seu desejo de mais oportunidades para artistas negros na televisão, já que atualmente há quatro novelas com protagonistas afrodescendentes no ar.
O festival, que ocorreu de 28 de outubro a 1º de novembro, promoveu uma série de atividades, incluindo mostras de filmes e oficinas para cineastas. A cerimônia de premiação dos destaques foi um dos pontos altos, premiando a produção de obras relevantes no cinema negro. Os filmes baianos “Quem é essa mulher”, de Mariana Jaspe, e “Nevrose”, de Ana do Carmo, foram agraciados como melhor longa e curta-metragem, respectivamente.
O evento também premiou talentos locais, como Crystom Afronário, que conquistou o troféu de melhor direção pelo curta “Aconteceu a Luz da Lua”. Outras categorias reconheciam a melhor trilha sonora e melhor atriz, destacando o trabalho de Valéria Barcellos no curta “Mãe”.
O festival teve apoio de diversas instituições e ficou marcado como um espaço de diversidade e representação, proporcionando um panorama do cinema negro e suas múltiplas vozes. O tema deste ano, “Revérbero”, ressoou fuertemente, fazendo o evento vibrar e ecoar além de suas datas.
Tony Tornado, reconhecendo a importância de sua trajetória, finalizou deixando uma mensagem inspiradora sobre a união e a resistência, enfatizando que, quando mãos se encontram, a força da coletividade é refletida em cada aspecto da cultura e da vida.



