Treinador destaca potencial de Calderano para ser número 1

Paco Arado, um treinador cubano de 53 anos, está entusiasmado com o desempenho de Hugo Calderano, um atleta brasileiro de 29 anos que tem se destacado no tênis de mesa. Recentemente, Calderano alcançou as semifinais na competição em Macau, acumulando diversos títulos ao longo de sua carreira.
Paco deixou sua posição na seleção brasileira após os Jogos Olímpicos para se dedicar a novos projetos no esporte. Embora não seja mais o técnico fixo de Calderano, que atualmente não possui um treinador oficial, ele mantém uma relação próxima com o atleta devido à parceria de anos. O treinador acompanhou Calderano nas competições em Malmö e Foz do Iguaçu, além do torneio em Macau.
Em 2022, durante os Jogos Olímpicos de Paris, Paco foi testemunha do desempenho histórico de Calderano, que se tornou o primeiro brasileiro a chegar às semifinais na modalidade. Apesar de duas duras derrotas que impediram Calderano de conquistar uma medalha, ele se reergueu, vencendo a Copa do Mundo e fazendo uma ótima campanha no Campeonato Mundial.
Paco destacou que no tênis de mesa, os resultados são incertos e que, apesar das adversidades, Calderano sempre luta por seus objetivos. Ele considera o atleta um “gênio” devido à sua força mental e acredita que, embora Calderano esteja entre os melhores do mundo – atualmente é o quarto do ranking –, ele tem potencial para alcançar o primeiro lugar.
O treinador também comentou sobre a evolução do tênis de mesa brasileiro nos últimos anos, ressaltando uma nova mentalidade voltada para o alto rendimento. Entretanto, ele enfatizou que será difícil encontrar outros atletas de nível semelhante ao de Calderano no futuro. Paco afirmou que “gênios não nascem todos os dias” e que a dificuldade em substituí-lo é uma realidade não só no Brasil, mas também em outros países, como a China.
Paco se referiu a um episódio recente em que Hugo Calderano não conseguiu obter um visto a tempo para competir nos Estados Unidos, após uma viagem a Cuba. Ele explicou que a situação foi um mal-entendido relacionado às leis dos EUA, mas que faz parte da vida esportiva.
Natural de Güines, um pequeno município em Cuba, Paco Arado começou sua trajetória no esporte influenciado pela família de atletas. Ao longo de sua carreira, participou de diversos torneios, incluindo os Jogos Pan-Americanos, onde conquistou medalhas de prata e bronze. Ele também competiu nos Jogos Olímpicos de Sydney em 2000, antes de se afastar da seleção.
Após mudar-se para o Brasil em 2001, Paco se casou com a ex-mesa-tenista Mônica Doti, que também teve participação em Jogos Olímpicos. Em 2010, ele integrou a comissão técnica da seleção brasileira, inicialmente como auxiliar e depois como técnico principal.
Após deixar a seleção, Paco está focado em descobrir e desenvolver novos talentos para o tênis de mesa no Brasil. Além de seu trabalho na equipe de São Caetano do Sul e seu apoio a Calderano, ele participa do projeto “Rota para Los Angeles”, desenvolvido pela Confederação Brasileira de Tênis de Mesa. Este projeto visa identificar jovens promissores com o objetivo de representarem o Brasil nas Olimpíadas de 2028, que ocorrerão em Los Angeles.
Entre os jovens talentos do projeto está seu filho, Felipe Arado, de 19 anos. Ele se destacou recentemente ao conquistar uma medalha de ouro em duplas no Pan Júnior, no Paraguai. Apesar dos sucessos de Felipe, Paco opta por não pressioná-lo, afirmando que o importante é que ele dê o seu melhor. O treinador admite que acompanhar as partidas do filho traz uma carga emocional diferente, algo que pais em geral compreendem bem.