O nascimento do Real Madrid feminino em uma servilheta

Con el inicio de la última fase de eliminación de la Champions League, Rodra hace un recuento de las jugadoras clave para avanzar de ronda. (2:20)
O Real Madrid deu um passo importante no futebol feminino em 2020, mas sua história nesse esporte começou em 2013, em um momento inusitado que envolveu uma servilleta. Na época, Ana Rossell, que hoje é a diretora esportiva do Real Madrid Femenino, e Manuel Merinero, ex-diretor de base do clube, eram os responsáveis por um pequeno time feminino chamado Tacón. Durante um jogo do Castilla, que é o segundo time do Real Madrid, eles decidiram se aproximar do presidente Florentino Pérez.
Rossell e Merinero entregaram uma mensagem a um segurança para que fosse encaminhada a Pérez. No bilhete, ironizavam que, se o presidente conseguiu contratar Zidane com uma servilleta, não faria sentido o melhor clube do mundo não ter um time feminino. A estratégia funcionou e chamou a atenção do clube.
Duas semanas depois, no dia em que Rossell havia perdido seu pai, ela recebeu uma ligação do secretário do diretor geral do Real Madrid. O clube queria conhecer o projeto do Tacón. No final de novembro daquele ano, Ana e Manuel apresentaram suas ideias sobre por que o Real Madrid deveria ter um time feminino. Essa reunião marcou o início de um novo capítulo.
Após anos de discussões, o Real Madrid decidiu adquirir o Tacón em 2019, exatamente quando o time subiu para a Primeira Divisão do futebol feminino. No início da temporada 2020-2021, o Real Madrid fez sua estreia oficial, levando o nome e a camiseta do Tacón até que a transição fosse completa.
A entrada no futebol feminino gerou dúvidas entre alguns dirigentes do clube, especialmente pela diferença de desempenho em comparação ao Barcelona, que já era uma potência nesse setor. Entretanto, a decisão foi finalmente tomada e os resultados começaram a aparecer rapidamente.
Em pouco mais de quatro anos, o time feminino do Real Madrid conseguiu atingir a rentabilidade, como destacou o relatório econômico da temporada 2023/2024. O relatório revelou que o time gerou um lucro de 1,1 milhão de euros, mesmo depois de considerar os investimentos feitos nas categorias de base.
O apelo do time cresceu visivelmente, em parte devido a contratações de jogadores renomados. Em 2023, o Real Madrid conseguiu contratar a talentosa colombiana Linda Caicedo, que havia sido alvo de interesse do Barcelona. Outros nomes importantes, como Caroline Weir e Sara Däbritz, também se juntaram ao time, preferindo o Real Madrid a outras equipes europeias com mais histórico no futebol feminino.
Em termos de desempenho, o Real Madrid Femenino mostrou evolução, conquistando três vice-campeonatos em suas cinco temporadas de competição. Na última temporada, o time esteve na briga pelo título da Liga com o Barcelona até o fim do campeonato e, na Liga dos Campeões, alcançou as quartas de final, sendo eliminado pelo Arsenal, atual campeão.
Embora ainda busque sua primeira conquista, há uma expectativa positiva para a atual temporada, onde o clube espera fazer história e fortalecer ainda mais a sua seção feminina. Um dos principais objetivos é ter um desempenho de destaque na Liga dos Campeões e, para isso, o time precisa superar o Eintracht de Frankfurt na fase preliminar, garantindo assim um lugar na fase de grupos.