Júnior critica anistia e relembra passado em The Town

Júnior, filho de Xororó e irmão de Sandy, é conhecido no Brasil há mais de trinta anos, tendo se destacado em programas de TV e no rádio. No entanto, sua carreira solo é mais recente, com cerca de três anos desde o lançamento do álbum “Solo”.
Recentemente, ele realizou um show no festival The Town, onde abordou os recentes acontecimentos políticos do Brasil. Em um momento intenso da apresentação, Júnior expressou sua indignação ao afirmar que a anistia não é a solução para os problemas atuais.
Durante aproximadamente uma hora de apresentação, Júnior fez uma conexão entre seu passado e seu presente, apresentando seu trabalho solo de forma clara e direta. O álbum “Solo”, que trouxe novos elementos à sua carreira, foi destaque durante o show. A performance contou com vídeos que se assemelhavam a anúncios de voos, fazendo alusão à temática solo, sendo que o show ressoou com a ideia de uma viagem musical.
Um ponto alto da apresentação foi a música “Foda-se”, que trouxe um ar de rebeldia. Júnior interpretou a canção com energia, refletindo uma certa irreverência que pode surpreender quem o conheceu nos anos 90. Ele mostrou sua versatilidade, tocando instrumentos como bateria e violão, além de incorporar uma guitarra Flying V para uma versão mais rock da música “Enrosca”.
Como intérprete, Júnior demonstrou ser tecnicamente habilidoso. Ele usou seu falsete em algumas canções, já que seu alcance vocal pode ser limitado, e utilizou seu canto de tórax para trazer dinâmica a músicas que exigem mais intensidade, como “Sinônimos”, uma canção sertaneja que poderia ter mais ousadia.
Apesar de sua busca pelo novo, algumas de suas músicas, como “Passar dos Danos”, refletiram influências de artistas contemporâneos como Harry Styles e The Weeknd. Essa abordagem causou a impressão de que estava fazendo uma releitura de ideias já conhecidas, ao invés de apresentar algo inédito. A música “Gatilho” também seguiu essa linha, com uma sonoridade que lembrava o pop atual, trazendo questionamentos sobre a originalidade e a identidade do artista.
No entanto, Júnior conseguiu animar o público com “Cai a Chuva” no final do show. Em um momento tocante, ele cantou “Super-Herói”, uma canção de 2008, de mãos dadas com uma fã, criando uma conexão emotiva que tocou o coração do público, revelando como sua presença ainda ressoa na memória sentimental dos fãs.