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Filha de Fachin, do STF, enfrenta hostilidade em Curitiba

A professora e advogada Melina Girardi Fachin, filha do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Edson Fachin, foi agredida verbal e fisicamente na sexta-feira, 12 de outubro, em Curitiba. O incidente ocorreu na praça Santos Andrade, em frente à Universidade Federal do Paraná (UFPR), onde Melina leciona.

De acordo com o relato do marido de Melina, o advogado Marcos Rocha Gonçalves, ela deixava a faculdade de Direito quando um homem se aproximou e cuspiu nela, chamando-a de “lixo comunista”. Ele compartilhou a experiência em uma rede social, ressaltando que essa agressão é parte de um contexto maior de violência política e de ataques direcionados a mulheres.

Um dia antes da agressão, o STF havia condenado o ex-presidente Jair Bolsonaro a 27 anos e 3 meses de prisão por tentativa de golpe de Estado, além de outros quatro crimes. Essa decisão está ligada a uma trama para que Bolsonaro permanecesse no poder.

Melina Fachin é a diretora do Setor de Ciências Jurídicas da UFPR e também professora do Departamento de Direito Público. Sua irmã, Camila Fachin, é médica e vice-reitora da universidade. O ministro Edson Fachin, pai de Melina, foi designado para liderar o STF no final de outubro e tem uma história significativa com a UFPR, onde foi professor de direito civil.

A UFPR divulgou uma nota informando que está analisando a situação e que o caso será discutido em uma reunião do Conselho de Planejamento e Administração da universidade. Professores do curso de Direito expressaram solidariedade a Melina, afirmando que, embora diferenças políticas sejam naturais, elas não justificam agressões.

Melina ainda não comentou publicamente sobre o ataque. Em seu relato, seu marido descreveu a agressão como um ato covarde e apontou conexões com um evento conflituoso ocorrido em 9 de setembro, quando uma manifestação estudantil contra uma palestra levou ao uso de gás lacrimogêneo e balas de borracha pela polícia.

Naquela ocasião, a palestra contava com a presença de figuras ligadas ao governo Bolsonaro, e o evento foi cancelado pela universidade por preocupações com a segurança. Os palestrantes, no entanto, tentaram forçar a entrada e se envolveram em confrontos com a administração da UFPR.

Marcos Gonçalves, em sua publicação, criticou todos os envolvidos no tumulto da manifestação anterior, ligando a cultura de hostilidade a atos como o que sua esposa sofreu. Ele alertou sobre as consequências de ações intolerantes.

As comissões de Defesa dos Direitos Humanos e das Mulheres Advogadas da OAB do Paraná condenaram a agressão, destacando o compromisso de Melina com a defesa da democracia e dos direitos humanos. Esse tipo de violência direcionada a mulheres em posições de poder ressalta a necessidade de atenção das instituições para proteger aqueles que enfrentam tais situações.

Editorial Noroeste

Conteúdo elaborado pela equipe do Folha do Noroeste, portal dedicado a trazer notícias e análises abrangentes do Noroeste brasileiro.

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