Um estudante da Faculdade de Informação e Comunicação da Universidade da República, Rodrigo Varscher, relatou que uma professora fez comentários antissemitas durante uma aula. A aula abordava os teóricos judeus Theodor Adorno e Max Horkheimer, figuras importantes da Escola de Frankfurt.
Varscher compartilhou suas impressões em um vídeo. Segundo ele, a professora fez declarações consideradas inadequadas e hostis em relação à comunidade judaica. Durante a aula, ela mencionou a relevância do pensamento de Adorno e Horkheimer em um contexto contemporâneo, citando o aumento de tendências autoritárias pelo mundo. No entanto, aproveitou a oportunidade para afirmar que estava ocorrendo um “genocídio em Palestina”, o que deixou o estudante bastante incomodado.
Ele enfatizou que, embora considerasse essa afirmação “politicamente aceitável”, outros comentários posteriores o deixaram se sentindo ofendido como judeu. Ao discutir a origem da Escola de Frankfurt, a professora fez uma observação referente à “financiação independente” que esses pensadores recebiam, insinuando que “comerciantes judeus” com recursos financeiros apoiavam suas pesquisas. Isso gerou estranhamento em Varscher, que se perguntou qual a relevância de um comentário como esse em um ambiente acadêmico.
Além disso, o estudante relatou que a docente apresentou uma imagem de Adorno e Horkheimer e fez comentários sobre as semelhanças físicas entre eles, destacando que diferiam apenas na forma do nariz. Varscher questionou a pertinência desse tipo de comparação, lembrando que características físicas eram um dos métodos usados pelos nazistas para discriminar os judeus.
Ao final de seu relato, Varscher ressaltou que esses tipos de comentários são exemplos de antissemitismo que muitos estudantes judeus vivenciam na universidade com frequência.
