A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do INSS estava agendada para ouvir, nesta segunda-feira, o ex-coordenador-geral de Pagamento de Benefícios do INSS, Jucimar Fonseca da Silva, e o empresário Thiago Schettini. Ambos são considerados centrais no esquema de desvio de pensões e aposentadorias. A sessão estava marcada para começar às 14h30.
Entretanto, o encontro foi cancelado. Thiago Schettini conseguiu um habeas corpus que o dispensou de comparecer ao Senado. Jucimar Fonseca da Silva, por sua vez, apresentou um atestado médico, mas mesmo com a avaliação da Junta Médica indicando que ele poderia comparecer, optou por não ir.
Durante seu tempo no INSS, Fonseca foi responsável pelo desbloqueio em lote dos descontos associados a benefícios de segurados, o que, segundo membros da comissão, contraria orientações da procuradoria da autarquia. Esse desbloqueio favoreceu entidades que estão sendo investigadas pela Polícia Federal e pela CPMI.
Por sua parte, Schettini recebia repasses da União Nacional de Auxílio aos Servidores Públicos (Unaspub) e da Prospect Consultoria Empresarial, esta última pertencente a Antonio Carlos Camilo Antunes, conhecido como “Careca do INSS”. Parlamentares relataram que há evidências de ligações entre as viagens de Schettini e operações financeiras suspeitas. Ele também teria sido um dos acompanhantes de Cecília Rodrigues Mota, que está sob investigação por fraudes relacionadas ao INSS.
A CPMI continua investigando as ações de ambos, em busca de elucidar o esquema de corrupção e a complicidade de diversos envolvidos.
