Celas de ex-presidentes brasileiros durante a detenção

Após a condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro a 27 anos de prisão, sua defesa planeja apresentar um recurso. Isso faz parte do processo judicial ainda em andamento. A partir da decisão do ministro Alexandre de Moraes, relator do caso, a direção sobre onde Bolsonaro deverá cumprir pena marcará os próximos passos. Ele pode ser enviado ao Complexo Penitenciário da Papuda ou ao Comando Militar do Planalto, ambos localizados no Distrito Federal. No entanto, a execução da sentença só ocorrerá após o trânsito em julgado, quando não houver mais recursos disponíveis.
Atualmente, Bolsonaro se encontra em prisão domiciliar desde o início de agosto, por conta de uma investigação anterior que apura o descumprimento de medidas cautelares.
O ex-presidente Fernando Collor, por sua vez, também enfrentou questões jurídicas, estando preso por corrupção passiva e lavagem de dinheiro desde o final de abril. Collor permaneceu uma semana no presídio Baldomero Cavalcanti de Oliveira, em Maceió (AL), sob ordem do mesmo ministro. Apesar da condenação de oito anos e dez meses em regime fechado, ele conseguiu a autorização para cumprir pena em prisão domiciliar, considerando sua idade e saúde.
Collor reside em um apartamento de luxo avaliado em R$ 9 milhões, segundo a Justiça do Trabalho de Alagoas. A cobertura, que tem vista para o mar e conta com piscina privativa, bar e quatro suítes, possui uma área total de 600 metros quadrados e está localizada na praia de Ponta Verde, em Alagoas. Sua declaração de bens de 2018 informa que o imóvel vale R$ 1,8 milhão, mas a avaliação atual reflete um valor significativamente maior.
Enquanto isso, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva cumpriu pena há alguns anos em uma cela especial na Superintendência da Polícia Federal em Curitiba. Ele foi preso após ser condenado no caso do tríplex do Guarujá, na Operação Lava-Jato. Lula ficou detido por 580 dias, em uma cela vigiada 24 horas e sem contato com outros detentos. Ele foi libertado em novembro de 2019, após uma nova interpretação do Supremo Tribunal Federal (STF).
No contexto das punições, Michel Temer também enfrentou problemas jurídicos, tendo sua prisão preventiva decretada no âmbito da Lava-Jato, relacionada a suspeitas de corrupção. Ele passou brevemente sob custódia da Polícia Federal, mas obteve um habeas corpus rapidamente.
Recentemente, aliados de Bolsonaro consideram improvável que ele seja levado para a Papuda e planejam solicitar a manutenção da prisão domiciliar. O advogado de Bolsonaro mencionou a possibilidade de pedir por isso, destacando a delicada situação de saúde do ex-presidente.