quinta-feira, 18 de dezembro de 2025
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Gasolina deve subir apesar da queda do petróleo, diz Fipe Carros

Editorial Folha do Noroeste
Editorial Folha do Noroeste EM 17 DE SETEMBRO DE 2025, ÀS 07:31
Gasolina deve subir apesar da queda do petróleo, diz Fipe Carros
Gasolina deve subir apesar da queda do petróleo, diz Fipe Carros

Apesar da queda nos preços do petróleo nos últimos meses e alguns sinais de recuperação na economia, a realidade é que os brasileiros vão encarar um aumento nos combustíveis em 2026. E isso não é por conta do custo de produção, mas de uma jogada dos governos estaduais que resolveram mexer nos impostos para aumentar a arrecadação. Se você é motorista, já sente de perto essa pressão no bolso, não é?

De acordo com o Boletim de Preços dos Combustíveis nº 28, as distribuidoras e postos estão registrando lucros em alta. O que dificulta a passagem dessa baixa nos preços para o consumidor final. É como se, mesmo com as refinarias reajustando os preços para baixo, ainda houvesse esse “atraso” na bomba, deixando muita gente desconfiada.

Em janeiro, a coisa vai mudar: o ICMS sobre a gasolina e o etanol vai subir de R$ 1,47 para R$ 1,57 por litro. O diesel também vai sentir a mudança, passando de R$ 1,12 para R$ 1,17, e o gás de cozinha subindo de R$ 1,39 para R$ 1,47 por quilo, tudo isso oficializado no Diário Oficial da União em setembro. E quem já pegou estrada sabe que a gasolina não vai ficar mais barata tão cedo.

Para os especialistas, essa alta nos combustíveis é parte de uma estratégia de arrecadação dos estados. O economista Igor Lucena explica isso de forma direta: com o petróleo barato e o dólar estabilizado, como é que os preços vão subir? A impressão que dá é que estamos falando mais de uma medida para aumentar a renda do governo do que uma reflexão sobre os reais custos de produção.

E aqui vai um ponto crucial: mesmo com a gasolina nas refinarias registrando uma queda nos preços, o consumidor continua pagando caro. A margem bruta das distribuidoras aumentou, passando de 15,5% para 20,9%, enquanto o custo da gasolina caiu de R$ 2,30 para R$ 1,80 por litro. Ou seja, a diferença fica na mão deles, e os estados acabam ficando com uma boa fatia do bolo.

Estados como Rio de Janeiro, Minas Gerais e São Paulo, que estão numa situação difícil financeiramente, dependem do ICMS para equilibrar suas contas e pagar dívidas antigas. E cá entre nós, tributos sobre combustíveis são uma solução fácil para o governo, já que são cobrados de maneira uniforme e impactam diretamente aqueles que menos têm.

E não para por aí: a situação do diesel e do gás de cozinha é parecida. Enquanto a margem do diesel subiu ligeiramente, o lucro das distribuidoras de gás é assustador, chegando a quase metade do preço do botijão. Isso mostra como somos cobrados de forma pesada, mesmo quando os preços internacionais estão lá embaixo.

Se a situação global piorar, como os conflitos no Oriente Médio, isso pode complicar as coisas ainda mais. Qualquer alta no preço do petróleo, somada a impostos mais altos, pressiona o consumidor. Especialistas têm notado que, apesar das quedas nas refinarias, as distribuidoras aproveitam para faturar ainda mais.

Quem dirige muito sabe que esses altos e baixos nos preços do combustível são uma constante e que, ao final do dia, o que conta mesmo é o quanto precisamos desembolsar para encher o tanque antes daquela viagem de fim de semana ou mesmo para o dia a dia na cidade.

Editorial Folha do Noroeste
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