Na manhã desta quinta-feira, 6 de novembro, a Força Integrada de Combate ao Crime Organizado (FICCO) lançou uma operação em Manaus que resultou na prisão de quatro advogados supostamente vinculados ao Comando Vermelho (CV). Esses profissionais são acusados de facilitar a comunicação entre líderes da facção criminosa que estão encarcerados e seus comparsas fora do sistema prisional.
A operação, denominada “Roque”, também incluiu o cumprimento de cinco mandados de busca e apreensão em residências e escritórios dos suspeitos. A Polícia Federal (PF) informou que essa ação é um desdobramento da Operação Xeque-Mate, realizada no início de outubro, que investigou esquemas de lavagem de dinheiro da mesma facção, com a colaboração de contadores.
Um dos mandados foi cumprido no escritório de um dos contadores associados ao CV. A facção, que teve origem no Rio de Janeiro, tem se espalhado por diversas regiões do Brasil, aumentando sua influência e atuação.
A FICCO é composta por diferentes órgãos de segurança pública, incluindo a Polícia Federal, a Polícia Rodoviária Federal e várias secretarias estaduais e municipais que lidam com segurança pública, inteligência e administração penitenciária, além das polícias Civil e Militar do Amazonas.
De acordo com a PF, os advogados presos eram responsáveis por intermediar comunicações ilegais entre líderes do CV, facilitando a continuidade de atividades criminosas que cruzam fronteiras estaduais e nacionais. Durante a Operação Roque, foram apreendidos equipamentos eletrônicos, documentos, mídias digitais e dinheiro em espécie, todos os quais serão analisados mais detalhadamente.
As investigações revelaram que esses advogados, com acesso especial ao sistema penitenciário, estavam usando suas funções de forma indevida para transmitir ordens e estratégias da facção, disfarçando essas comunicações como atos de advocacia. Isso permitia que a hierarquia do crime organizado fosse mantida tanto dentro quanto fora das prisões, o que ajuda na coordenação de ações criminosas, represálias e transferências de dinheiro ilegais.
A Operação Xeque-Mate foi parte de um conjunto de ações iniciadas durante a Operação Torre, que já havia identificado o proprietário de uma quantidade significativa de drogas apreendidas em setembro de 2024 em Manaus. Durante essa operação anterior, a PF destacou que o criminoso utilizava um complexo esquema financeiro, com empresas de fachada e métodos sofisticados de ocultação de lucros obtidos de forma ilícita.
