Automotivo

Ciberataque interrompe produção da Jaguar Land Rover

A Jaguar Land Rover (JLR) está passando por um momento bastante complicado. A gigante automotiva britânica, controlada pela indiana Tata Motors, anunciou que suas fábricas no Reino Unido ficarão sem produção até pelo menos setembro de 2025. Essa pausa se deve a um ataque cibernético sério que paralisou suas operações pelo mundo. Há quem diga que essa interrupção pode até durar mais, chegando até novembro, dependendo da recuperação da empresa.

O ataque aconteceu há mais de duas semanas e levou a JLR a desligar suas redes de tecnologia, o que significou uma paralisação total na produção. Para piorar a situação, a fabricante está sob investigação e descartou rumores de que a recuperação levaria semanas ou meses, chamando essas previsões de “mera especulação”.

Agora, o grande desafio está em como essa pausa na produção vai afetar toda a sua cadeia de suprimentos. Há muitos fornecedores que, sem apoio financeiro rápido, podem até fechar as portas. E fica a conta: essa situação pode custar à JLR cerca de 50 milhões de libras por semana, o equivalente a incríveis 360 milhões de reais, considerando que, em dias normais, eles produzem mais de mil carros diariamente.

Ataque e Pedido de Resgate

O ataque foi reivindicado pelo grupo de cibercriminosos intitulado “Scattered Lapsus$ Hunters”, conhecidos por invadir grandes empresas, incluindo lojas de departamentos e cooperativas. Eles têm feito uma série de ataques chamados de ransomware, onde exigem resgates em criptomoedas para devolver o controle e os dados roubados.

Recentemente, os hackers anunciaram que estão se afastando, prometendo ficar na “moita”. O timing não poderia ser pior para a JLR, que já estava enfrentando outros desafios, como a queda de demanda na China e Europa, atrasos na produção de elétricos e tarifas afetando os envios para os EUA. E, antes do ataque, a fabricante já estava com a produção parada para uma reformulação completa, prevendo retomar no próximo ano com foco em carros de alto padrão.

Fornecedores Angustiados

As principais fábricas afetadas estão em locais como Solihull, Halewood e Wolverhampton, e desde o dia 1º de setembro, todas as linhas de produção estão paradas. Ao comunicar o adiamento, a JLR disse estar focada na investigação sobre o ataque e que retomar as operações será um processo demorado. Eles já admitem que alguns dados podem ter sido visualizados ou roubados.

Com mais de três semanas sem produção até o dia 24 de setembro, a expectativa é que, mesmo reabrindo as portas, levará semanas para voltar à capacidade normal. E a preocupação entre os fornecedores, principalmente os menores, só aumenta. Muitos já dizem que não têm como segurá-la por muito tempo. O representante do sindicato Unite, Jason Richards, destacou a urgência dessa situação: “As pessoas têm que pagar aluguel e contas. Precisamos de uma cadeia de suprimentos funcionando para a Jaguar Land Rover. Se eles retomarem a produção sem suporte, a situação vai piorar.”

O Comitê de Negócios e Comércio da Câmara dos Comuns também fez perguntas ao Tesouro sobre auxílio para empresas na cadeia de suprimentos. Embora alguns fornecedores tenham criticado a falta de informação da JLR, houveram outros que saíram em defesa da fabricante, lembrando que a responsabilidade pelo ataque é de criminosos, e não da empresa.

É um cenário desafiador para a indústria automotiva britânica, e a esperança é que a situação se resolva o mais rápido possível, tanto para a JLR quanto para seus fornecedores e seus milhares de funcionários.

Editorial Noroeste

Conteúdo elaborado pela equipe do Folha do Noroeste, portal dedicado a trazer notícias e análises abrangentes do Noroeste brasileiro.

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