A Tesla está passando por um momento complicado, lidando com uma série de processos envolvendo acidentes com seu sistema de assistência ao motorista, o famoso Autopilot. Recentemente, a montadora resolveu de forma confidencial dois casos na Califórnia que resultaram em tragédias, evitando que esses assuntos fossem a julgamento.
Um dos casos mais tristes é o do adolescente Jovani Maldonado, de apenas 15 anos. Ele morreu em um acidente na rodovia I-880, quando o carro do pai foi atingido por um Tesla Model 3 utilizando o piloto automático. O impacto foi tão forte que ejetou o garoto do veículo, que não sobreviveu aos ferimentos.
A família do jovem processou a Tesla, e o julgamento estava prestes a começar. Mas, com a formalização do acordo confidencial, a história não chegou a ser decidida em tribunal. Isso, é claro, levanta questões sobre a segurança e a responsabilidade dos veículos autônomos.
Tem também outro acidente para ficar de olho. Em Gardena, na Califórnia, um Tesla Model S não parou em um sinal vermelho e acabou colidindo com um Honda Civic, resultando na morte de duas pessoas. Esses casos não são apenas números; eles são lembranças tristes para muitas famílias.
Os acordos feitos na Califórnia vêm logo depois de uma decisão de um júri na Flórida, que ordenou que a Tesla pagasse a bagatela de US$ 243 milhões em danos por um acidente fatal envolvendo um Model S. A Tesla não concorda com essa decisão e já anunciou que pretende recorrer.
É interessante observar que a empresa já havia fechado acordos em outros processos relacionados a acidentes com o Autopilot antes, e venceu dois julgamentos na Califórnia em 2023. Mas sofreu um grande revés este ano, quando um júri federal em Miami considerou a marca parcialmente responsável por outra colisão fatal.
Recentemente, a Tesla teve que recusar propostas de acordos que chegavam a US$ 60 milhões na Flórida, optando por essas últimas resoluções mais discretas. Faz parte da estratégia da empresa evitar julgamentos longos e proteger sua imagem, além de minimizar os riscos financeiros.
Esses processos têm a atenção do mercado, pois a avaliação de US$ 1,4 trilhão da Tesla está intimamente ligada ao sucesso de suas tecnologias de direção autônoma. O CEO Elon Musk tem prometido que o Full Self-Driving (FSD), a versão mais avançada do Autopilot, será um divisor de águas. A expectativa é grande, mas é preciso que a segurança e a responsabilidade estejam sempre em primeiro lugar.
