Exportações japonesas caem em agosto devido a tarifas

As exportações do Japão estão enfrentando uma fase difícil, e isso é algo que muitos de nós, apaixonados por carros, notamos. O reflexo dessas quedas é bem visível, especialmente no setor automotivo, que vem tendo que se desdobrar para enfrentar as tarifas impostas pelos Estados Unidos. Em agosto, esse foi o quarto mês seguido de baixa, e para um país que depende tanto do comércio externo, a situação é preocupante.
De acordo com o Ministério das Finanças japonês, as exportações caíram 0,1% em comparação ao ano anterior. Embora tenha sido um resultado não tão ruim quanto a previsão de queda de 2%, ainda é motivo para se preocupar. As vendas de automóveis e aço impactaram mais fortemente, sendo uma das maiores baixas que temos visto nos últimos quatro anos.
Algumas montadoras no Japão estão tentando segurar a onda. Elas têm absorvido parte das tarifas, baixando os preços no mercado americano para manter as vendas. Isso é legal, mas o que muitos não percebem é que isso acaba desgastando os lucros. Se a situação continuar assim, é provável que sim, os consumidores acabem sentindo essa conta no bolso.
Os números são impressionantes: em agosto, as exportações para os EUA caíram 13,8%. No setor de automóveis, essa baixa chegou a 28,4%, enquanto os produtos para chips tiveram quase 39% de queda. Para contrastar, as vendas para a Europa subiram 5,5%, e as destinadas à China tiveram uma leve oscilação, recuando apenas 0,5%.
Essa situação afetou diretamente o superávit comercial japonês com os EUA, que caiu pela metade, somando agora 324 bilhões de ienes. Esse valor é o menor desde janeiro de 2023. É como se estivéssemos em uma corrida, e, de repente, o carro percebesse que estava perdendo força.
Um acordo de julho entre Washington e Tóquio trouxe um alívio temporário, reduzindo a tarifa dos carros de 27,5% para 15%. No entanto, ainda permanece muito acima da antiga taxa de 2,5%, o que continua a pesar sobre as montadoras e fornecedores de peças. Quem costuma dirigir carros importados deve saber bem como essas tarifas afetam os preços nas concessionárias.
Além disso, a incerteza econômica faz com que o Banco do Japão fique preocupado com a sua política de juros baixos e o crescimento salarial. Com a inflação se mantendo acima de 2% e a pressão das tarifas em alta, fica difícil saber como as empresas vão conseguir fazer aumentos salariais e continuar investindo.
Falando em investimentos, mesmo com todos esses desafios, os gastos em equipamentos subiram 7,6% entre abril e junho. Isso foi impulsionado por investimentos no setor automotivo e na produção de veículos elétricos. Entretanto, os lucros das empresas estão encolhendo, mostrando como essas tarifas impactam as finanças.
Agora, o Japão precisa lidar com a pressão dos EUA para reduzir o superávit bilateral e ao mesmo tempo atender exigências globais, como as chamadas de Washington para que os países do G7 adotem tarifas contra o petróleo russo. Com essas balanças, Tóquio tem um verdadeiro quebra-cabeça nas mãos, equilibrando diplomacia e economia.