Faltando poucas semanas para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), muitos jovens brasileiros estão se preparando intensamente e enfrentando um período de expectativa e ansiedade. Para auxiliar nesse momento crucial, é essencial que os estudantes mantenham uma rotina de estudos bem planejada. Eles precisam equilibrar as revisões, os receios e o desejo de garantir uma vaga no ensino superior.
A rotina de Giovana Cunha Moreira, de 17 anos, estudante do Centro Educacional 104 do Recanto das Emas, reflete as dificuldades que muitos candidatos enfrentam. Giovana admite que não conseguiu seguir o ritmo de estudos que havia planejado. Em suas palavras, a rotina se tornou comum e, quando consegue estudar, é apenas para uma rápida revisão dos conteúdos. Ela aponta a dificuldade em matérias de exatas, especialmente em física, ressaltando que desde criança tem problemas com números e lógica, além de uma falta de interesse nessas disciplinas.
Especialistas têm orientado sobre como se preparar de maneira eficaz às vésperas do Enem. Bruno Borges, doutorando em Educação pela Universidade de Brasília (UnB) e coordenador de vestibulares na escola Leonardo da Vinci, recomenda que os estudantes foquem na resolução de provas anteriores. Ele explica que, nas últimas semanas, é mais produtivo revisar temas que costumam aparecer no exame e dar atenção especial às matérias que o estudante tem mais dificuldade.
Borges alerta que tentar revisar todos os conteúdos nesse momento pode ser contraproducente, pois o tempo é limitado. A prioridade deve estar nos pontos fracos e nos temas recorrentes do exame. Essa abordagem, segundo ele, pode fazer uma diferença significativa nos resultados.
Para Giovana, lidar com a ansiedade é um desafio maior do que o conteúdo em si. Ela revela que, conforme a prova se aproxima, a ansiedade a impede de se concentrar e a leva a procrastinar. Para tentar amenizar essa pressão, ela recorre a práticas de bem-estar e afirma que se mantém focada em hobbies que a fazem sentir-se bem. A estudante também destaca o apoio emocional da família, especialmente de sua mãe e tio, que a incentivam.
O especialista, Bruno Borges, enfatiza a importância do suporte emocional nesse momento crítico. O Enem é descrito como uma maratona, onde não basta estudar intensamente, mas sim manter uma rotina constante. Ter boas noites de sono e uma alimentação adequada são elementos que também contribuem para um bom desempenho.
Entre as expectativas e inseguranças, Giovana tem um objetivo claro: ela espera conseguir uma bolsa em uma universidade particular para estudar enfermagem. Esse é o seu sonho e ela está determinada a alcançá-lo.
Além disso, administrar o tempo durante a prova é um desafio significativo para os candidatos. No primeiro dia do Enem, os estudantes têm cinco horas e meia para responder a 90 questões e realizar a redação. No segundo dia, o tempo é de cinco horas para mais 90 questões. Bruno Borges comenta que é preciso ter uma estratégia clara: começar pelas questões mais fáceis e deixar as mais desafiadoras para o final, quando a fadiga pode ser mais evidente. Ele também destaca que não há problema em pular questões difíceis.
A redação é um dos aspectos mais críticos do exame. Borges enfatiza a necessidade de o estudante ter um repertório sociocultural relevante e uma boa estrutura para o texto, além de encerrar com uma proposta de intervenção. Ele recomenda que a redação não deve levar mais de uma hora e meia, pois desvios desse tempo podem impactar tanto a escrita quanto a prova objetiva.
Por fim, Borges ressalta que a entrada no ensino superior é um passo importante, mas não deve ser vista como uma solução imediata para todos os problemas. O Enem deve ser percebido como uma oportunidade para crescimento e abertura de novos caminhos na vida dos estudantes.
