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oposição cobra criação de cpi sobre “vaza toga” após voto de moraes

Após a apresentação do voto do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que recomendou a condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro por tentativa de golpe de Estado, aliados de Bolsonaro na política começaram a solicitar a instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI). Essa CPI, conhecida como “Vaza Toga”, tem como objetivo investigar a conduta de integrantes do Poder Judiciário.

O deputado Marcel van Hattem, do partido Novo, afirmou que o verdadeiro golpe no Brasil foi promovido pelo STF. Ele criticou o inquérito das fake news, alegando que a corte, ao tentar defender a Constituição, a agride diariamente. Van Hattem se posicionou como vítima dos abusos cometidos por autoridades e destacou que a atuação do STF contraria os princípios da Constituição.

Outro político, o senador Rogério Marinho, do PL, também se manifestou contra o julgamento do caso. Ele afirmou que muitas pessoas estão sendo condenadas sem ter direito à plena defesa, o que, segundo ele, resulta na destruição de vidas e reputações. Marinho destacou a importância do discernimento e da imparcialidade que todo juiz deve ter.

Flávio Bolsonaro, filho do ex-presidente e senador pelo PL, chamou de “farsa” o julgamento contra Jair Bolsonaro. Ele criticou diretamente o ministro Moraes, afirmando que houve “fraude processual” durante seu tempo no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Flávio citou documentos apresentados por Eduardo Tagliaferro, ex-assessor de Moraes, que supostamente contêm evidências de irregularidades.

O senador argumentou que uma perícia realizada nas documentações indicaria que a fundamentação de uma decisão de Moraes teria sido elaborada retroativamente, ou seja, após a data de uma operação da Polícia Federal que atingiu empresários. Flávio Bolsonaro disse que novas evidências sobre possíveis crimes cometidos pelo ministro seriam apresentadas após uma perícia oficial.

Tagliaferro, o ex-assessor, havia se apresentado à Comissão de Segurança Pública do Senado, trazendo informações sobre empresários que, segundo ele, discutiram planos de golpe em um grupo de WhatsApp. A operação da Polícia Federal que investigou esses empresários teve alvos notáveis, como Luciano Hang, proprietário da rede de lojas Havan, e Afrânio Barreira Filho, do restaurante Coco Bambu.

Embora a operação tenha ocorrido em agosto de 2022, os documentos que a apoiavam foram alegadamente criados entre os dias 26 e 29 do mesmo mês. Tagliaferro afirmou que foi solicitado por Airton Vieira, juiz no gabinete de Moraes, a elaboração de documentos adulterados para justificar a operação. Ele contou que estruturou mapas mentais e relatórios após esta ação.

Em resposta às acusações do ex-assessor, o gabinete do ministro Moraes negou as denúncias e afirmou que os relatórios foram elaborados apenas para relatar postagens ilegais nas redes sociais, as quais estavam relacionadas às investigações sobre milícias digitais.

Além disso, os aliados de Jair Bolsonaro retomaram as discussões sobre a proposta de impeachment do ministro Moraes. O senador Eduardo Girão, do Novo, expressou sua insatisfação com a lentidão da consultoria jurídica do Senado em emitir um parecer sobre o pedido, que já conta com 41 assinaturas, representando a maioria do Senado. Girão criticou a omissão do presidente da Casa e a morosidade no andamento do pedido de impeachment.

Editorial Noroeste

Conteúdo elaborado pela equipe do Folha do Noroeste, portal dedicado a trazer notícias e análises abrangentes do Noroeste brasileiro.

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