Homem agride verbalmente filha de ministro do STF no Paraná

Na última sexta-feira, a professora e diretora do Setor de Ciências Jurídicas da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Melina Fachin, sofreu agressões verbais e um ataque físico no campus da universidade. Filha do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Edson Fachin, ela foi xingada de “lixo comunista” por um homem enquanto deixava a Faculdade de Direito.
Até o momento, Melina não se pronunciou sobre o incidente. No entanto, seu marido e advogado, Marcos Gonçalves, fez uma denúncia nas redes sociais, descrevendo a ação como uma “agressão covarde”. Ele explicou que um homem, que não se identificou, se aproximou da professora e a agrediu, cuspindo nela e proferindo insultos.
Gonçalves também ressaltou que esse tipo de violência é resultado de um discurso de ódio que tem se espalhado entre grupos radicais de extrema direita, que buscam eliminar vozes diferentes das suas. Ele fez uma ligação entre essa agressão e um recente episódio de tensão no campus, quando estudantes bloquearam o acesso ao prédio de direito da faculdade. O evento, que seria sobre a atuação do STF, era organizado por apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro e ocorreu em um momento de julgamento sobre a tentativa de golpe que aconteceu em 2022.
Ainda segundo Gonçalves, embora o evento tenha sido cancelado, houve tentativas de entrada por parte do vereador Guilherme Kilter e do advogado bolsonarista Jeffrey Chiquini. Ele criticou essas ações, descrevendo-as como provocações e um desrespeito às instituições.
Gonçalves também deixou uma mensagem clara para aqueles que promovem a intolerância, afirmando que, caso algo aconteça com Melina ou sua família, os responsáveis serão cobrados. A comunidade acadêmica demonstrou apoio à professora, com o Centro de Estudos da Constituição da UFPR publicando uma nota de repúdio ao ataque que ela sofreu. A nota destacou que a violência contra Melina é uma tentativa de intimidação que ameaça os valores de liberdade e democracia na universidade.
Além disso, outros grupos, como o Projeto das Promotoras Legais Populares de Curitiba e o Grupo de Pesquisa em Direito Constitucional da Universidade Federal de Mato Grosso, também se manifestaram, reconhecendo o trabalho de Melina na defesa dos direitos humanos e condenando o ocorrido.