Fux afirma imparcialidade em julgamento, 11/09/2025, Brasília

O ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal (STF), foi o único a votar pela absolvição dos acusados no julgamento relacionado ao núcleo central da tentativa de golpe no Brasil. Naquinta-feira, Fux comentou sobre sua posição, revelando que também foi alvo de ataques por parte de um dos réus, mas disse que isso não influenciou sua análise do caso.
Fux apresentou um voto de quase 12 horas na quarta-feira, que não recebeu adesão dos outros quatro ministros da Primeira Turma do STF. Após sua apresentação, ele recebeu críticas sutis de seus colegas, em especial do relator do caso, Alexandre de Moraes. Moraes, durante a sessão, exibiu um vídeo em que Jair Bolsonaro atacava tanto ele quanto o STF, usando isso como exemplo de ameaças que a Corte sofreu.
O ministro destacou que, apesar de ter sido monitorado, conseguiu manter sua objetividade ao avaliar o caso de Alexandre Ramagem, que foi diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) durante o governo de Bolsonaro. Fux explicou que sua interpretação sobre o crime pode ter mudado ao lidar com situações novas, como as que estão sendo julgadas atualmente.
Ele comentou que é compreensível que, ao analisar crimes distintos, as percepções mudem com o tempo. Fux, que anteriormente tinha optado por decisões mais rigorosas em processos relacionados a pessoas menos poderosas conectadas aos ataques às sedes dos Poderes em 8 de janeiro de 2023, reforçou que seu voto desta vez foi fundamentado em leis e nas provas apresentadas.
Segundo Fux, é essencial que as ações sejam classificadas de acordo com a tipificação penal. Ele afirmou que enquanto outros ministros encararam o caso de uma forma, ele fez uma análise diferente. O ministro também lembrou que os atos de corrupção são igualmente prejudiciais à democracia. Além disso, ressaltou que a quantidade de provas anexadas à ação foi excessiva, o que se tornou um argumento utilizado pelas defesas dos réus para tentar anular os processos.