Imagens de satélite divulgadas confirmam a presença de dois ciclones extratropicais no Atlântico Sul. De acordo com especialistas meteorológicos, esses fenômenos não representam riscos para o Brasil.
O primeiro ciclone, mais forte, está localizado longe da costa. O segundo, que é menor e menos intenso, encontra-se próximo à Argentina e está associado a uma frente fria que deve avançar em direção ao leste do sul do Brasil, afetando áreas costeiras de São Paulo e Rio de Janeiro.
Na última segunda-feira, o ciclone mais potente causou rajadas de vento fortes no Rio Grande do Sul, com velocidades chegando a 101 km/h em Cambará do Sul. Outras cidades também registraram ventos significativos, como Rolante (76 km/h), Taquara (70 km/h), Morro Reuter (69 km/h) e Riozinho (63 km/h). Em Santa Catarina, a cidade de Urupema enfrentou ventos de até 84 km/h. No interior de São Paulo, o fenômeno provocou tempestades de poeira. No Rio de Janeiro, o mau tempo obrigou aviões no aeroporto Santos Dumont a arremeter.
Os ciclones extratropicais se formam com frequência nas latitudes médias da América do Sul, especialmente entre o Uruguai e o Sul do Brasil. Esse fenômeno é comum devido ao encontro de massas de ar com características diferentes. Durante o ano, frentes frias, trazidas pelo ar polar que desce da Antártica, se chocam com o ar quente e úmido proveniente dos trópicos e da Amazônia. Essa diferença de temperatura cria as condições necessárias para a formação de ciclones.
Outro fator importante para o desenvolvimento desses sistemas é a corrente de jato, que é uma faixa de ventos intensos em altitudes elevadas. Essa corrente atua como um motor, ajudando a reduzir a pressão na superfície e organizando o movimento ciclônico. Além disso, o choque térmico marítimo pode intensificar ciclones em formação, acelerando seu desenvolvimento.
