Bolsonaro critica Tarcísio: ‘perdeu estribeiras’, afirma Nunes

O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes, comentou nesta quinta-feira sobre o discurso do governador Tarcísio de Freitas durante uma manifestação em celebração ao 7 de Setembro, na Avenida Paulista. Nunes, que é amigo pessoal de Tarcísio, afirmou que compreende a atitude combativa do governador em relação ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Esse ministro é responsável pelo processo que envolve o ex-presidente Jair Bolsonaro, acusado de golpismo.
Nunes destacou que Tarcísio é um dos governadores que mais tem buscado diálogo com Moraes. Porém, ele observou que, em certas ocasiões, as pessoas podem agir de maneira extrema ao tentar promover a “pacificação” no país, referindo-se ao discurso de Tarcísio, que se tornou mais radical. Em sua fala, o governador criticou Moraes, chamando-o de tirano e alegando que o STF estava julgando um “crime que não existiu”, em relação ao suposto golpe.
Essas declarações foram feitas durante um café da manhã com líderes evangélicos na ExpoCristã, um evento focado no mercado religioso. Nunes explicou que, em ocasiões anteriores, Tarcísio havia orientado os manifestantes a não criticarem o STF, demonstrando uma tentativa de amenizar os ânimos. No entanto, ele acredita que Tarcísio perdeu essa paciência e adotou um posicionamento mais radical no último ato.
Além disso, Nunes abordou um depoimento da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, que mencionou que o carro onde estava sua filha caçula foi revistado por policiais, afirmando que essa situação é especialmente sensível. Ele ressaltou a importância de se considerar a sensibilidade e os exageros que ocorrem durante esse momento de tensão política.
Atualmente, Bolsonaro e outros sete réus estão sendo processados no STF por diversos crimes, incluindo golpe de Estado e organização criminosa. Recentemente, o ex-presidente obteve uma vitória parcial, com o voto do ministro Luiz Fux, que favoravelmente se posicionou em relação ao pedido de absolvição e anulação do processo.
Além de Fux, os ministros Alexandre de Moraes e Flávio Dino já votaram pela condenação dos réus. O julgamento continua com os votos da ministra Cármen Lúcia e do ministro Cristiano Zanin nos próximos dias. Os réus envolvidos incluem figuras proeminentes, como ex-ministros e a liderança da Agência Brasileira de Inteligência.
A situação política segue em atenção, especialmente com as especulações sobre a candidatura de Tarcísio à presidência em 2026, uma vez que Bolsonaro se encontra em situação de inelegibilidade e deverá ser condenado em breve.