Anvisa decide barrar produtos comuns usados para dormir
Nos últimos dias, uma decisão da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) surpreendeu consumidores em todo o Brasil. Produtos bastante usados para melhorar o sono e aliviar dores, alguns até considerados queridinhos, foram oficialmente proibidos pela agência reguladora.
A medida suspende a fabricação, venda, distribuição e propaganda de cinco suplementos alimentares da marca Always Fit, uma decisão que mexe diretamente com a rotina de milhares de brasileiros que buscavam alternativas naturais para dormir melhor.
Mas o que motivou essa ação tão drástica? E o que isso significa para quem já consumia esses produtos? O impacto vai muito além de uma simples suspensão, pois revela uma preocupação crescente da Anvisa com a segurança dos suplementos alimentares, principalmente aqueles que utilizam vias de absorção pouco convencionais — como o uso sublingual.
Apesar de o efeito sublingual parecer uma opção moderna e eficiente, a agência alerta que ele não passou por avaliações sanitárias adequadas, colocando em risco a saúde dos consumidores.
Nesse cenário, a decisão levanta dúvidas, mas também orienta sobre a importância de se conhecer a origem e a regulamentação dos suplementos que entram na sua casa.
O que poucos sabem é que a absorção sublingual exige comprovações técnicas rigorosas, muito diferentes da via oral tradicional. E essa falha foi o que levou a Anvisa a agir com firmeza para proteger o consumidor.

Suplementos suspensos: o que a Anvisa determinou?
A decisão publicada no Diário Oficial da União no dia 27 de maio de 2025 vai muito além de uma simples recomendação: a Anvisa determinou o recolhimento de todos os lotes dos cinco produtos da linha Always Fit que apresentavam indicação de uso sublingual. Isso significa que nenhuma unidade desses suplementos poderá ser comercializada no país até que as irregularidades sejam sanadas.
Os produtos proibidos são:
- Suplemento alimentar líquido de melatonina
- Suplemento alimentar líquido de melatonina spray
- Suplemento alimentar líquido de óleo de semente de abóbora
- Suplemento alimentar líquido da linha Cúrcumais
- Suplemento alimentar em gotas de Metil-B9B12
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Segundo a Anvisa, esses suplementos eram promovidos para finalidades diversas, como ajudar na regulação do sono, aliviar dores musculares, e oferecer suporte à saúde da próstata e do sistema neurológico.
No entanto, a via sublingual, que consiste em colocar o produto abaixo da língua para absorção direta na corrente sanguínea, não é autorizada no Brasil para suplementos alimentares.
Essa via é muito diferente da tradicional ingestão oral, onde o suplemento é absorvido pelo intestino. Para que um produto seja liberado para uso sublingual, ele precisa passar por testes e avaliações rigorosas, exigidos pelas resoluções e instruções normativas da Anvisa — documentos que a marca Always Fit não apresentou.
A preocupação da Anvisa com a segurança dos consumidores
A decisão da Anvisa tem um caráter eminentemente preventivo e reforça o compromisso do órgão em proteger a população contra riscos sanitários.
A absorção sublingual, embora considerada rápida e eficiente em alguns medicamentos, pode acarretar problemas se aplicada sem o devido controle e comprovação científica.
A agência lembra que os suplementos alimentares só podem ser comercializados com base em estudos técnicos que garantam a eficácia e segurança do uso, conforme as regulamentações específicas.
O uso inadequado da via sublingual pode levar a absorções inesperadas, superdosagens, reações adversas e efeitos colaterais, especialmente em grupos mais vulneráveis como idosos e pessoas com condições crônicas.
Em nota oficial, a Anvisa informou que a suspensão visa impedir que produtos potencialmente inseguros continuem a ser vendidos, protegendo a saúde do consumidor até que a empresa responsável adeque seus processos.
A resposta da marca e o que esperar daqui pra frente
Em resposta à decisão, a Always Fit afirmou que ainda não foi notificada formalmente pela Anvisa, mas que já tomou medidas para corrigir o problema.
A empresa retirou menções à via sublingual em seus rótulos e materiais digitais, afirmando que seus produtos permanecem em conformidade quando usados pela via oral tradicional.
Entretanto, o fato é que o mercado brasileiro de suplementos enfrenta desafios constantes de regulação, fiscalização e segurança. Essa decisão da Anvisa serve como alerta para consumidores e fabricantes, mostrando que buscar produtos regulamentados e conhecer os detalhes de seu uso é essencial.
Enquanto a empresa busca adequar seus produtos, a Anvisa continua a monitorar e reforçar ações para garantir que somente produtos seguros estejam à venda.