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Uma montadora ESTÁ PASSANDO a gigante Toyota no Brasil. Quem é?

O mercado automotivo brasileiro acaba de ganhar um novo protagonista — e ele veio da China. A BYD, marca que até pouco tempo era considerada uma novata no Brasil, acaba de deixar para trás gigantes tradicionais como Honda, Hyundai e, surpreendentemente, a Toyota. Isso mesmo: a montadora chinesa foi a mais vendida no varejo em maio.

Com pouco tempo de atuação e ainda sem uma fábrica operando por aqui, a BYD mostra que chegou com apetite e estratégias agressivas. Enquanto concorrentes lidam com atrasos em lançamentos e mudanças internas, a marca chinesa aposta em preços competitivos e uma linha elétrica cada vez mais popular.

Mas essa escalada meteórica da BYD levanta questões importantes: até onde vai esse crescimento? O mercado está mesmo preparado para essa virada? E o que as marcas tradicionais estão fazendo — ou deixando de fazer — para reagir? A seguir, destrinchamos os números, estratégias e os bastidores desse avanço surpreendente.

Montadora está deixando grandes marcas para trás, qual é?

Descontos agressivos e elétricos populares: os segredos da BYD

A BYD encerrou o mês de maio com 9.006 unidades vendidas no varejo, superando a Toyota, que teve 8.811 veículos emplacados. O destaque da linha foi, mais uma vez, o Dolphin Mini — um elétrico compacto que caiu no gosto do consumidor e teve 2.444 unidades registradas no mês.

Para atingir esses números, a montadora chinesa apostou forte em descontos. Foram ofertas de até R$ 50 mil em alguns modelos, além de condições facilitadas como taxa zero e bônus na troca por usados. A estratégia foi certeira: modelos como o Seal, por exemplo, dobraram suas vendas de abril para maio após redução de preço.

Essa política de preços agressiva, muitas vezes associada ao chamado “dumping”, tem sido uma das armas da marca para conquistar espaço em tempo recorde. Ainda assim, nem todos os modelos tiveram o mesmo sucesso — a picape Shark, mesmo com até R$ 40 mil de desconto, seguiu com vendas discretas.

Vale destacar que, mesmo sem uma fábrica ativa no país, a BYD vem operando com estoques robustos e já sinaliza a continuidade das promoções para o mês de junho, o que pode consolidar ainda mais sua posição no topo do ranking.

Toyota perde espaço e BYD assume protagonismo no varejo

Enquanto a BYD crescia, a Toyota registrava queda no seu market share. A japonesa foi de 10,14% em abril para 8,67% em maio, permitindo que a concorrente chinesa saltasse de 7,61% para 8,86%. A diferença é pequena, mas suficiente para alterar o equilíbrio do mercado nacional.

Parte desse recuo da Toyota se deve ao atraso no lançamento de modelos estratégicos, como o Hiace e, principalmente, o Yaris Cross. A expectativa era de que o SUV estreasse no primeiro semestre, mas ele foi adiado para outubro, abrindo espaço para a concorrência avançar.

Enquanto isso, a BYD ocupa as vitrines com produtos prontos, preços atraentes e forte apelo tecnológico. O momento favorece os chineses, que estão surfando em uma demanda crescente por carros elétricos e híbridos acessíveis, especialmente entre consumidores urbanos e conectados.

A movimentação da BYD não é um caso isolado, mas parte de uma tendência global de fortalecimento das montadoras chinesas em mercados antes dominados por marcas tradicionais. E o Brasil, definitivamente, entrou nesse radar.

Dumping em pauta e tensões no setor automotivo brasileiro

O avanço da BYD também trouxe reações. A Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores) já encomendou um estudo para apurar se a marca chinesa, junto com a GWM, estaria praticando dumping — vendendo seus produtos por valores abaixo do custo de produção.

Ainda não houve pedido formal de investigação ao governo, mas a movimentação mostra que as montadoras nacionais estão em alerta. Afinal, competir com preços tão agressivos e estoques prontos não é tarefa fácil, principalmente para empresas que enfrentam custos altos de produção local.

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A tensão é real. Embora BYD e GWM estejam perto de inaugurar suas fábricas no Brasil, a vantagem logística e de custo ainda favorece as chinesas. Isso cria uma pressão tanto no mercado quanto nas políticas industriais do país, que podem precisar ser ajustadas.

Enquanto isso, a BYD segue firme, ganhando espaço e mudando o jogo. Resta saber até quando as rivais vão assistir essa ascensão sem uma reação à altura. O consumidor, por outro lado, já começa a se beneficiar com mais opções, tecnologia de ponta e preços cada vez mais competitivos.

Diego Marques

Tenho 23 anos e sou de Sobral (cidade onde foi comprovada a teoria da relatividade em 1919), atualmente, estou terminando a faculdade de enfermagem e trabalhando na redação de artigos, através das palavras, busco ajudar o máximo de usuários possíveis.

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