Automotivo

Tarifas do México sobre China podem afetar Tesla e BYD

O México está prestes a dar um passo que pode mudar o jogo no mercado automotivo ao planejar impor tarifas sobre produtos chineses, particularmente os carros elétricos. Essa medida já está gerando um clima de tensão com a China e pode afetar de forma significativa empresas como Tesla e BYD, que estão na vanguarda dessa tecnologia no setor automotivo. As autoridades mexicanas estão se preparando para dialogar com representantes chineses em breve, e as expectativas estão altas para esse encontro.

A proposta de tarifa é de nada menos que 50%, e a verdade é que isso deve impactar diretamente os carros elétricos que vêm da China, já que não existem acordos de livre comércio entre os dois países. Para marcas como a BYD e a Tesla, que precisam da produção chinesa para oferecer preços mais em conta, essa elevação no custo pode significar uma competição muito mais difícil no mercado mexicano.

Em 2024, a BYD já vendeu cerca de 40.000 elétricos por lá, o que representa quase metade do mercado local. Já a Tesla, por sua vez, envia os veículos de sua fábrica em Xangai, e os planos de construir fábricas no México têm enfrentado contratempos, principalmente por questões políticas e econômicas. A BYD teve que desistir de um projeto promissor, enquanto a Tesla decidiu suspender sua nova planta que seria construída no norte do país.

A presidente Claudia Sheinbaum fez questão de ressaltar que essa medida visa proteger a indústria nacional e não tem a intenção de atingir nenhum país específico. Ela defende que o Brasil e a China têm um bom relacionamento, e o foco é fortalecer essa parceria comercial, não prejudicá-la.

Por outro lado, o governo chinês já criticou a proposta, advertindo que isso pode minar a confiança dos investidores e o ambiente de negócios. Eles alertaram que essa decisão poderia ser vista como sucumbir a pressões externas, especialmente dos Estados Unidos. Aqui, outra observação: montadoras norte-americanas, como GM, Ford e Stellantis, estão tranquilas, pois um decreto de 2003 as isenta dessas tarifas, permitindo que importem veículos sem encargos adicionais. Para esses gigantes, pode ser uma boa oportunidade de se afirmarem no mercado de veículos elétricos.

Além disso, a Coreia do Sul também está entrando na conversa, buscando negociar com o México. A Câmara de Comércio México-China pediu para reconsiderar essas tarifas, pois acreditam que isso pode prejudicar a competitividade e o crescimento da mobilidade elétrica no país. O México, que já é um grande exportador de carros para os Estados Unidos, também importa uma quantidade significativa de veículos todo ano.

A proposta de tarifação ainda está em discussão no Congresso mexicano, e o setor automotivo está de olho em como isso pode afetar as exportações e os preços. Especialistas comentam que essa medida pode criar um equilíbrio na produção nacional, mas também pode gerar atritos comerciais e impactar decisões de investimento estrangeiro em território mexicano.

Editorial Noroeste

Conteúdo elaborado pela equipe do Folha do Noroeste, portal dedicado a trazer notícias e análises abrangentes do Noroeste brasileiro.

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