Por que o governo quer “batizar” a sua gasolina?

Encher o tanque do carro virou um evento que causa arrepios na espinha. A cada visita ao posto, o motorista brasileiro se depara com preços que parecem não ter freio, um custo que drena o orçamento e gera uma revolta silenciosa.
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O sonho de uma gasolina mais barata parece cada vez mais distante, uma miragem em meio a um deserto de impostos e flutuações do mercado.
Mas, e se eu te dissesse que o governo tem um plano para, em tese, baixar o preço na bomba? E que esse plano, segundo o Ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, está prestes a ser colocado em prática? Parece uma notícia excelente, um alívio que todos esperavam.
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Acontece que a “mágica” para alcançar essa suposta redução de preço tem um segredo: mudar a “receita” do combustível que chega até você.
O governo federal está prestes a “bater o martelo” e autorizar o “batismo” oficial da gasolina com uma dose ainda maior de etanol. A decisão, que deve ser tomada ainda neste mês de junho, vai alterar o que você coloca no seu tanque e pode mudar o futuro energético do país.
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A nova ‘receita’: gasolina brasileira terá 30% de etanol
A proposta que está na mesa do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) é clara e direta: aumentar o percentual obrigatório de etanol anidro misturado na gasolina, saltando dos atuais 27% (E27) para 30% (E30).
Essa mudança só se tornou legalmente possível por causa da aprovação recente do projeto “Combustível do Futuro”, que agora permite que essa mistura chegue a até 35%. Ou seja, o governo já tem a “caneta na mão” para oficializar a mudança.
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Mas por que ‘batizar’ a gasolina? Os 3 objetivos do governo
A decisão de aumentar a mistura de álcool, segundo o ministro Alexandre Silveira, não é aleatória. Ela se baseia em três objetivos estratégicos para o país, que vão muito além do preço que você vê na bomba.
- Reduzir o preço final: Como o etanol anidro tem um custo de produção geralmente menor que o da gasolina pura, aumentar a sua proporção na mistura tende a baratear o custo final do litro para o consumidor.
- Alcançar a autossuficiência: Com a gasolina E30, o ministro afirma que o Brasil praticamente deixará de ser um importador de gasolina. Isso diminui a nossa dependência do mercado internacional e protege o país das variações do preço do petróleo causadas por guerras e outras crises.
- Incentivar a energia verde: A medida é um pilar do programa “Combustível do Futuro”, que visa fortalecer a produção de biocombustíveis e tornar a matriz energética brasileira mais limpa e sustentável.
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E não é só na gasolina: a ‘revolução verde’ no diesel e na aviação
Esse “batismo” da gasolina é apenas a ponta do iceberg de uma transformação muito maior. O mesmo projeto “Combustível do Futuro” prevê outras mudanças drásticas nos próximos anos.
- No diesel: A mistura de biodiesel, que hoje é de 14%, subirá para 15% já em 2025, com a meta de atingir 20% até 2030.
- Na aviação: As companhias aéreas serão obrigadas a começar a usar o Combustível de Aviação Sustentável (SAF), com o objetivo de reduzir as emissões dos aviões em 10% até 2037.
A decisão final sobre a nova gasolina E30 está por um fio, dependendo apenas da reunião do CNPE. E ela será o primeiro grande passo de uma revolução silenciosa que vai mudar o combustível do seu carro e o futuro energético de todo o Brasil.
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