Grupo comprou CNH por R$ 5 mil e o resultado foi esse

Tirar a Carteira Nacional de Habilitação (CNH) no Brasil é, para muitos, um verdadeiro pesadelo. É uma maratona de aulas teóricas, provas difíceis, aulas práticas estressantes e taxas que parecem não ter fim. O processo é tão caro e tão burocrático que o sonho de ter a habilitação muitas vezes morre na praia, afogado nos custos e na frustração.
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É nesse cenário de desespero que surgem os “vendedores de sonhos”. Pessoas que aparecem com uma promessa mágica, um atalho para o paraíso.
“Não se preocupe com as provas”, eles dizem. “Eu tenho contatos, eu consigo para você de um jeito mais fácil”. O preço desse “milagre” é alto, mas, para quem está cansado de sofrer, parece valer a pena.
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Mas, e se eu te dissesse que esse atalho, na verdade, não leva a uma CNH, mas sim a um “cemitério” de sonhos?
Para um grupo de oito pessoas em Minas Gerais, a promessa de uma habilitação fácil se transformou em um prejuízo de R$ 5 mil para cada uma, e a “vendedora de sonhos” era, na verdade, uma estelionatária profissional.
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A ‘vendedora de sonhos’: a lábia que convenceu 8 pessoas a pagar R$ 5 mil
A golpista, uma mulher de 38 anos, não era uma amadora. Ela tinha um roteiro, uma lábia afiada para convencer suas vítimas de que o esquema era seguro e legítimo. Para ganhar a confiança do grupo, ela usava duas mentiras principais:
- A Falsa Influência: Ela afirmava ter “contatos fortes” com policiais civis, que iriam “agilizar” todo o processo por dentro do sistema.
- A Falsa Conexão: Ela se passava por parente de donos de autoescolas conhecidas na região, criando uma aura de credibilidade e de que tudo era feito “em família”.
Convencidas pela conversa, as oito vítimas pagaram, cada uma, os R$ 5.000 exigidos pela “facilitação”.
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O ‘choque de realidade’ no UAI: o dia em que o sonho virou pó
Depois de pagarem a bolada, a golpista deu a última instrução: “agora, é só ir ao Posto UAI (Unidade de Atendimento Integrado) de João Monlevade para pedir a emissão da sua carteira”. As vítimas foram até o local, felizes, acreditando que sairiam de lá com suas CNHs na mão.
Foi nesse momento que o sonho virou pó. Ao serem atendidos, eles receberam o choque de realidade: não havia nenhum processo de habilitação em seus nomes. Nada. Tinham caído em um golpe. Foi então que o grupo procurou a Polícia Civil e a farsa começou a ser desvendada.
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A ‘lenda’ do crime: o passado que condenou a golpista
Ao investigar o caso, a polícia descobriu que a “vendedora de sonhos” já era, na verdade, uma “lenda” do crime na região. A mulher de 38 anos não era uma iniciante.
- Ela era reincidente: Já havia sido presa em 2016 exatamente pelo mesmo tipo de golpe da CNH fácil.
- Ela já respondia por outro crime: Também já era ré em outro processo por estelionato em uma cidade vizinha.
Com o novo golpe, a mulher foi presa novamente nesta sexta-feira (4), em Rio Piracicaba. A história serve como um lembrete doloroso de que, no Brasil, não existe almoço grátis, muito menos CNH fácil. O caminho para a habilitação pode ser duro, mas é o único seguro. Qualquer promessa de um “jeitinho” é, quase sempre, o convite para um prejuízo que enterra não só o seu dinheiro, mas também o seu sonho.
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